Desde ontem, uma forte onda de comentários sobre a fusão entre BR Foods e Minerva Foods tomou conta do mercado. Por ora, BRF e Minerva não emitiram comunicados ou comentários sobre o buchicho.

A ligação societária já existe via participação relevante da BRF sobre a concorrente: 12% do capital votante de Minerva Foods.

A fusão entre BRF e Minerva Foods daria origem a uma companhia integrada da cadeia de proteínas, com presença na produção de carne bovina, suína e no setor de laticínios, algo muito positivo para Minerva Foods sob o ponto de vista da Agrifatto, uma vez que dilui os riscos concentrados de commodity da companhia, que hoje opera apenas com o processamento de carne bovina. Em outras palavras, um embargo internacional deixaria Minerva em maus lençóis, especialmente com participação de exportações nas receitas na ordem de até 70%.

Considerando resultados de 2015, a conjunção de forças com um faturamento acima dos R$ 40 bilhões, um Ebitda combinado em R$ 6,7 bilhões e participação via fábricas em mais de 20 países, a dívida líquida somada seria de aproximadamente R$ 15 bilhões – R$ 11,5 bilhões referentes à BRF.

Nesse contexto, BRF vem aumentando sua dívida enquanto Minerva tem apresentado uma curva de endividamento descendente. Nos últimos 12 meses, sua relação dívida líquida/Ebitda caiu de preocupantes 4,8 vezes para 3,2. Já a BRF subiu sua proporção de 1,4 para 2,3 no mesmo intervalo, por conta das seguidas aquisições feitas pela companhia no período.

Outro ponto positivo nessa especulação seria a ausência de capital alcançado via BNDES para que a fusão ocorresse. Isso dá legitimidade ao movimento e mostra a força da possível nova companhia formada entre as duas gigantes.