Os preços do boi gordo no estado de São Paulo iniciam março nos menores patamares em três anos. Na parcial deste mês (até o dia 7), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa registra média de R$ 144,67, a mais baixa, em termos reais, desde fevereiro de 2014, de R$ 143,94 (nominal, de R$ 118,05) – valores deflacionados pelo IGP-DI de jan/17. Em relação a mar/16, o Indicador deste mês está 11,2% inferior e, sobre mar/15, 14% abaixo.

Esse cenário se deve, principalmente, à menor demanda de frigoríficos por novos lotes de animais prontos para abate e também à maior oferta de boi gordo, contexto que dificulta uma reação nos preços da arroba. Neste momento de encerramento “do período das águas”, muitos pecuaristas estão com bons volumes de animais no pasto. Do lado comprador, a menor procura do frigorífico, por sua vez, se deve ao fraco desempenho tanto das vendas de carne no mercado atacadista como das exportações brasileiras.

No atacado da Grande São Paulo, a carcaça casada bovina vem sendo negociada abaixo R$ 10,00/kg desde a segunda semana de fevereiro. Na parcial de março, o preço médio do produto está em R$ 9,86/kg, o menor patamar, em termos reais, desde agosto de 2016, quando a média foi de R$ 9,52/kg.

No front externo, o desempenho dos embarques de carne bovina in natura em fevereiro também desanimou frigoríficos. No mês passado, foram embarcadas apenas 79,2 mil toneladas do produto, 9% abaixo do volume de janeiro/17 e expressivos 20% (ou 20,2 mil toneladas a menos) frente ao de fevereiro/16, segundo dados da Secex. A quantidade exportada em fevereiro foi a mais baixo desde janeiro do ano passado.

Quanto ao preço pago pela carne bovina exportada, foi de R$ 4.111,37/tonelada em fevereiro, 2% acima da média de janeiro/17 e 5% superior à de fevereiro/16. Apesar dessa alta no valor por tonelada, a receita total de fevereiro, em dólar, caiu 7% frente à de janeiro e expressivos 16,3% em relação a fevereiro/16. Em moeda nacional, ainda de acordo com dados da Secex, a receita foi de R$ 1,01 bilhão, 10% abaixo da de janeiro/17 e fortes 35% inferior ao montante de fevereiro/16. Além da desvalorização do dólar frente ao Real, essa forte queda na receita se deve, justamente, ao menor volume exportado.

MOVIMENTOS DA SEMANA – No geral, a liquidez está baixa no mercado pecuário. Entre 1º e 7 de março, o Indicador acumula ligeiro recuo de 0,2%, fechando em R$ 144,76 nessa terça-feira, 7. Compradores entram no mercado apenas quando há maior necessidade.

No atacado da carne com osso da Grande SP, entre 1º e 7 de março, houve variação negativa para a maioria dos cortes. Nessa terça-feira, o traseiro foi negociado a R$ 11,80/kg, leve queda de 0,08% sobre a quarta anterior. A ponta de agulha se desvalorizou 2,8%, a R$ 8,31/kg. A carcaça casada bovina teve média de R$ 9,86/kg, baixa de 0,4% em sete dias. Já o preço do dianteiro subiu ligeiro 0,1%, a R$ 7,99/kg. A carcaça casada da vaca se desvalorizou 2,6%, a R$ 9,28/kg.

SUBSTITUTAS – O frango resfriado se valorizou 1,1% de 1º a 7 de março, com o preço médio passando para R$ 3,77/kg nessa terça-feira. Já para a carcaça comum suína, houve queda de 3,5%, a R$ 6,63/kg – ambos no atacado da Grande SP. (AE)