O consumo brasileiro de carne bovina deve registrar crescimento de 1,4% em 2019, segundo aponta Departamento do Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em estudo divulgado nesta quinta-feira. A projeção leva em consideração um cenário de equilíbrio fiscal e da efetivação das reformas econômicas.

“O novo Governo Federal tem demonstrado compromisso com o ajuste fiscal, tendo como bases o enxugamento do Estado e as reformas necessárias, como a previdenciária, capaz de trazer mais confiança ao mercado”, avalia o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

O estudo, intitulado “Outlook Fiesp 2028 – Projeções para o Agronegócio Brasileiro”, traça um panorama do setor para a próxima década e aponta que o Brasil deve registrar “ganho de participação no mercado mundial entre as principais commodities que produz e exporta”.

O desempenho estimado para as carnes (bovina, suína e de frango) em 2019 sobre 2018 é de incremento na produção de carne bovina (+1,8%), carne de frango (+2,0%) e suína (+2,3%). O consumo doméstico deverá ter aumento de 1,4% para carne bovina, 1,4% para carne de frango e 1,7% para suína.

Os dados do estudo também indicam uma safra de milho em 2018/19 de até 93 milhões de toneladas, 14% maior em relação a 2017/18, resultado de uma maior produtividade (+10%) e área plantada (+4%). As exportações devem crescer 27%, para cerca de 32,5 milhões de toneladas.

A safra de soja foi projetada em 116 milhões de toneladas (-3% em relação a 2017/18), acompanhando os problemas climáticos observados na virada do ano. As exportações da oleaginosa devem ser 16% menores em 2018/19 em comparação à safra 2017/18, estimadas em 71 milhões de toneladas.

Para cana-de-açúcar, a expectativa é que a safra 2019/20 chegue a 617 milhões de toneladas, incremento de 3% ante 2018/19, reflexo de uma maior produtividade (+3%) e uma área plantada relativamente estável (-0,5%). A produção do açúcar deve ficar relativamente estável (+0,7%), enquanto a do combustível deve ser 6% maior entre 2018/19 e 2019/2020.

No caso do café, o estudo prevê uma queda na produtividade (-8% sobre 2018/19) e na área plantada (-1%), impactando a produção que deve recuar em 8,5% em relação à 2018/19.

Roberto Betancourt, diretor do Deagro, contudo, destaca que essas projeções podem sofrer influências de ameaças de curto prazo, como a incerteza quanto à questão do tabelamento do frete e o fim do convênio 100 do ICMS em abril deste ano. O convênio reduz o ICMS sobre os insumos agropecuários desde 1997. “Para as projeções, partimos da premissa que essas ameaças serão resolvidas de forma satisfatória no horizonte projetado”, explica Betancourt.