Embora tenha voltado a subir em novembro, o resultado final do Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) em 2020 tende a ser negativo. O desempenho de dezembro será divulgado no mês que vem, mas a estimativa do centro é que o balanço anual aponte uma queda de 1,30%. Para 2021, contudo, a estimativa é de recuperação, com alta de 3,70%.
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
Em novembro, o indicador subiu 2,60% em relação ao mesmo mês de 2019. Segundo o FGV Agro, foi a maior expansão para o mês desde 2012. A alta foi impulsionada pelas duas categorias pesquisadas.
No grupo formado por alimentos e bebidas, a produção cresceu 2,30% na comparação com novembro de 2019, puxada pelo ramo de bebidas (11,20%). Na área de produtos alimentícios houve queda de 0,30%. Entre os não-alimentícios, a alta foi de 3%, garantida por fumo (11,30%), produtos florestais (6,10%), têxteis (5%), borracha (2,70%) e insumos (1,50%), enquanto os biocombustíveis voltaram a recuar (17,50%).
Apesar de ter continuado a reagir, o índice acumulou queda de 1,70% nos primeiros 11 meses de 2020, e mesmo que o resultado de dezembro sinalize um aumento de 3,60%, que pode ser considerado forte, fechará o ano com a queda de 1,70% prevista neste momento.
“Se não houver grandes surpresas, como uma segunda onda da Covid-19 ainda mais intensa, o fracasso do controle da pandemia via vacina ou algum evento político adverso, espera-se que a produção agroindustrial termine 2021 em campo positivo”, informou o FGV Agro.
A variação positiva de 3,70% projetada no momento leva em conta um cenário que combina a alta de 4,40% do PIB do País, menor depreciação da moeda nacional e manutenção da confiança do empresário industrial, além de quadro favorável às exportações de alimentos e bebidas e de aumento das importações de produtos não-alimentícios. (Valor Econômica/SNA)