A aplicação mais eficiente de fertilizantes pode proporcionar economia de até US$ 1 bilhão em custos diretos ao produtor rural na safra 2022/23, afirmou o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Moretti. “Vamos buscar aumento de até 10% na eficiência do uso de fertilizantes até o final do plantio desta safra”, disse ele nesta quarta-feira, durante a apresentação técnica da Caravana Embrapa FertBrasil, transmitida pela internet.
Num horizonte maior, a economia pode ser de até US$ 2 bilhões por safra, de acordo com o pesquisador José Carlos Polidoro, da Embrapa solos. A Caravana vai visitar cerca de 40 cidades em 10 macrorregiões – Mato Grosso do Sul e São Paulo; Rio Grande do Sul e Santa Catarina; Paraná; Minas Gerais; Mato Grosso e Rondônia; Goiás e Distrito Federal; Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia); Amazônia; Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia); e Rio de Janeiro. De acordo com a apresentação, serão envolvidos perto de 20 mil produtores, técnicos, especialistas e formadores de opinião e atingidos aproximadamente de 70 milhões de hectares de área agrícola. A expectativa é de capacitar cerca de 10 mil profissionais, produtores e estudantes em boas práticas para uso de fertilizantes e insumos para nutrição de plantas.
O impacto projetado é que a eficiência do uso dos nutrientes vindos de fertilizantes no Brasil passe de entre 40% e 60% para 60-80% no caso do nitrogênio, de 20-30% para 40-60% no caso do fósforo e de mais de 70% para mais de 80% no caso do potássio.
Polidoro destacou que, entre 2000 e 2020, a demanda por fertilizantes no Brasil subiu 300% e a produção nacional recuou 30%, situação considerada uma “tempestade perfeita”. “É um cenário exclusivo do Brasil entre os países protagonistas do agronegócio”, afirmou. “Os demais países têm estratégia e não dependem tanto de importação. Daí a importância de medidas como o Plano Nacional de Fertilizantes.”
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em seu último dia antes de deixar o cargo para se candidatar nas eleições deste ano, afirmou que a política de fertilizantes é importante no momento. “Tudo indica que teremos dificuldades, tendo em vista que Rússia e Belarus são grandes exportadores de potássio e ureia para o Brasil.”