Marco Guimarães é administrador pela ESALQ/USP e trainee pela Agrifatto
Resumo da semana:
As cotações da arroba caminharam de lado, com tímidas variações ao longo da última semana.
Na média das praças acompanhadas pela Agrifatto, as indicações de compra dos frigoríficos avançaram 0,10% nos últimos 7 dias.
Em São Paulo e em Goiás, por exemplo, as indicações subiram 0,65% e 0,23%, respectivamente. Já no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, recuaram entre 0,10% e 0,13%.
As escalas de abate têm gradual recuo desde os primeiros dias de julho. Na média dos estados levantados pela Agrifatto, as programações de abate atendiam a 6,8 dias na última sexta-feira (26).
No atacado, a cotação da carne bovina recuou no comparativo semanal, seguindo o movimento sazonal de menor escoamento de carne quando ao final do mês.
A média semanal do indicador do boi Esalq/B3 ficou em R$ 153,34/@, queda de 0,10% em relação a igual período anterior.
- Na tela da B3
Os contratos futuros do boi gordo recuaram na B3 ao longo da última semana.
O vencimento para julho/19, que será liquidado nesta quarta-feira (31), fechou a semana em R$ 154,00/@ – queda de 0,32% ante a semana anterior (19).
No mesmo período, o contrato para agosto/19 caiu com intensidade ainda maior, o recuo de 1,05% reduziu a projeção na B3 para R$ 156,00/@.
Já o contrato de maior liquidez em bolsa, o vencimento para outubro/19, caiu 1,32% e fechou a sexta-feira em R$ 160,80/@.
A acomodação dos valores também encurtou a distância de preços entre os vencimentos, com a diferença entre os contratos de julho e outubro/19 (spread) diminuindo de 5,47% para 4,42%.
- Enquanto isso, no atacado…
As três principais carnes também recuaram no mercado atacadista ao longo da última semana.
A carcaça casada bovina caiu 1,17% no comparativo semanal, fechando a semana em R$ 10,15/kg. Em julho, acumula variação negativa de 3,61%.
O frango resfriado, caiu 2,50% na comparação semanal e desde o início do mês, fechando a sexta-feira (26) em R$ 4,29/kg.
Já a carcaça especial suína caiu em maior intensidade, recuando 4,59% no comparativo semanal e cotada em R$ 7,38/kg. No mês, a desvalorização está em 8,73%.
O spread (diferença de preços entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo), que não trabalhava em campo negativo desde o início de abril, fechou a última semana em -0,94%.
Entretanto, o pagamento dos salários e, consequentemente, um maior escoamento de carnes nas próximas semanas deve trazer esse indicador de novo ao campo positivo.
- No mercado externo
As exportações de carne bovina in natura referentes aos 15 (quinze) primeiros dias úteis de julho/19 contabilizaram um volume total de 88,57 mil toneladas e uma receita de US$ 350,12 milhões.
A média diária registrada ficou em 5,90 mil toneladas, alta de 0,6% em relação à média do mês anterior e queda de 0,7% frente ao desempenho do mesmo período de 2018.
O preço médio por tonelada registrou-se em US$ 3.952,92, alta de 2,4% em relação a junho/19, mas recuo de 5,8% quando comparado com o valor médio de julho/18.
Se o ritmo diário se repetir, serão exportadas 135,8 mil toneladas de carne bovina in natura neste mês, um volume 22% superior ao embarcado em junho/19 e 4% maior ante julho/18.
- O destaque:
Após os contratos futuros avançarem na penúltima semana, voltaram a recuar no último comparativo semanal.
O avanço foi motivado por uma onda otimista gerada pela inspeção por videoconferência da China em plantas frigoríficas brasileiras de suínos e aves, e com a Ministra Tereza Cristina dando indicações de que poderiam se estender para as plantas de bovinos.
Mas a ausência de novidades sobre os resultados das inspeções esfriou o mercado futuro, com o contrato para outubro/19 atingindo o menor patamar em quase 2 meses – em R$ 160,50/@ (na quinta-feira, 25).
- E o que está no radar?
No radar fica a movimentação das escalas de abate, que após atingirem 8,8 dias no dia 05 de julho, recuaram para 6,8 dias, o menor valor para o mês.
Além disso, as programações aproximam-se da média de 2019, e caso continuem em tendência baixista, podem indicar uma recuperação de preços no curto prazo.
Outro ponto de destaque fica para o pagamento de salários no início de agosto, o que deve aumentar o escoamento no atacado, pressionando as indústrias a originar animais com maior avidez.
Um abraço e até a próxima semana!