Marco Guimarães é administrador pela ESALQ/USP e trainee pela Agrifatto
Resumo da semana:
Os preços da arroba pecuária caminharam em diferentes sentidos ao longo da última semana, a depender da facilidade encontrada pela indústria em adquirir animais e preencher escalas de abate. Nas praças levantadas pela Agrifatto, as indicações de compra recuaram em 4, avançaram em 2 e ficou estável em 1.
Apesar de as escalas terem recuado 11% no comparativo semanal, continuam trabalhando acima da média deste ano e, na última sexta-feira (12), atendiam a 7,8 dias, evidenciando certa tranquilidade da indústria na aquisição de animais terminados.
No atacado, apesar do período sazonal de maior consumo na primeira metade de cada mês, os preços da carne bovina recuaram na primeira quinzena de julho, mas as margens das indústrias continuaram em campo positivo, principalmente pela queda da arroba no mesmo período.
As exportações de carne bovina in natura seguem em ritmo favorável. Nas duas primeiras semanas de julho, acumularam um volume de 49,02 mil toneladas.
A média semanal do indicador do boi Esalq/B3 ficou em R$ 152,39/@, queda de 0,47% em relação a igual período anterior.
- Na tela da B3
Em semana mais curta pelo feriado da Revolução Constitucionalista em São Paulo, o mercado futuro do boi gordo, novamente, recuou levemente no comparativo semanal.
O vencimento mais curto, julho/19, que terá sua liquidação no dia 31 deste mês, recuou 0,12% no comparativo de sete dias e fechou a última semana em R$ 154,50/@. Desde o início do mês, registra queda de 0,98%.
O contrato futuro para outubro/19, o vencimento da entressafra de capim de maior liquidez em bolsa, recuou 0,12% e fechou a sexta-feira (12) em R$ 161,60/@. Em julho, acumula queda de 1,34%.
A diferença de preços entre os contratos para julho e outubro/19 (spread) permaneceu praticamente estável, trabalhando entre 4,5 e 4,75% (~ R$7,20/@) nas duas últimas semanas.
- Enquanto isso, no atacado…
As principais proteínas do atacado variaram em diferentes sentidos e intensidades na semana passada.
A carcaça casada bovina recuou 0,43% e na última semana e fechou a sexta-feira (12) cotada em R$ 10,46/kg. Em julho, registra queda de 0,66%.
O frango resfriado, por sua vez, avançou 0,46% na semana e fechou em R$ 4,40/kg. Em relação ao início deste mês, a cotação está estável.
Já a carcaça suína especial, que acumula avanço de 25,20% desde o início do ano, recuou 3,37% na última semana e fechou cotada em R$ 7,88/kg.
Apesar do período de maior consumo interno, as carnes do atacado não esboçaram reação e os preços podem recuar na segunda metade deste mês.
O spread (diferença de preços entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo), que há um mês ultrapassou 6% devido ao caso atípico de BSE (encefalopatia espongiforme bovina) e a suspensão das exportações para a China, recuaram e trabalharam entre 2,50 e 3,30% na última semana.
- No mercado externo
As exportações de carne bovina in natura referentes aos 9 (nove) primeiros dias úteis de julho/19 contabilizaram um volume total de 49,02 mil toneladas e uma receita de US$ 190,72 milhões.
A média diária registrada ficou em 5,45 mil toneladas, caindo 7,2% em relação à média do mês anterior, além de queda de 8,4% frente ao desempenho do mesmo período de 2018.
O preço médio por tonelada registrou-se em US$ 3.890,68, alta de 0,78% em relação a junho/19, mas recuo de 7,29% quando comparado com o valor médio de julho/18.
Se o ritmo diário se repetir, serão exportadas 125,3 mil toneladas de carne bovina in natura neste mês, um volume 12% superior ao embarcado em junho/19 e 4% inferior a julho/18.
- O destaque:
O clima frio e as geadas que atingiram algumas importantes regiões pecuárias do Brasil, prejudicando a qualidade das pastagens e aumentando a oferta de animais, o que possibilitou que os frigoríficos testassem indicações abaixo das praticadas na semana anterior em algumas praças.
Em São Paulo e Mato Grosso, por exemplo, as cotações da arroba a prazo recuaram para R$ 154,75/@ e R$ 140,45/@, respectivamente. No Mato Grosso do Sul, a queda foi de 0,04%, para R$ 143,45/@.
- E o que está no radar?
No radar fica a transição de boiadas oriundas de sistemas a pasto e o início, de forma consistente, dos animais oriundos de sistemas intensivos – o confinamento e semi-confinamento.
A expectativa é que os animais oriundos de sistemas extensivos apresentem uma queda mais acentuada antes que a oferta de confinamento cresça consideravelmente. Assim, os preços no mercado físico podem esboçar uma reação até o final deste mês.
O mercado futuro, na esteira do físico, deve reagir e avançar à medida que a oferta de animais diminuir. Além disso, outro fator que pode dar fôlego aos vencimentos mais longos são as exportações, por meio de novas habilitações e crescimento dos volumes embarcados.
Um abraço e até a próxima semana!