Marco Guimarães é administrador pela ESALQ/USP e trainee pela Agrifatto

Resumo da semana:

A arroba voltou a recuar ao longo da última semana. E entre as praças levantadas pela Agrifatto, as cotações cederam em 7 (sete), ficando estável apenas em uma (Minas Gerais). Na média, a arroba recuou 0,29%.

As programações de abates seguem alongadas, dando tranquilidade para os frigoríficos na originação de matéria-prima, que testam preços mais baixos. Na média semanal, estão em 7,8 dias, um avanço de 0,5 dias ante a semana anterior.

Sazonalmente, a demanda interna por carne bovina diminui na segunda metade do mês, principalmente por ser o período em que a população está menos capitalizada. Nesse cenário, a carne do atacado passou por ajustes no comparativo semanal.

Já as exportações de carne bovina in natura iniciaram maio em ritmo acelerado e podem atingir valor recorde para o período, caso o ritmo persista ao longo do mês.

A média semanal do indicador do boi gordo (Esalq/B3) ficou em R$ 152,82/@, alta de 0,37% ante a semana anterior.

  1. Na tela da B3

Os contratos futuros do boi gordo registraram avanços na última semana, com os contratos mais longos subindo em maior intensidade e, consequentemente, aumentando o spread entre eles.

As especulações sobre habilitações de novas plantas frigoríficas e o fortalecimento das exportações, especialmente para a China, impulsionaram as cotações dos vencimentos mais longos, com outubro chegando a ser negociado acima de R$ 164/@.

O contrato para maio/19 valorizou-se 0,39% no comparativo semanal e fechou a sexta-feira (17) em R$ 152,90/@. Neste mês, acumula alta de 0,16%.

O futuro para junho/19 encerrou a última semana em R$ 153,00/@, com alta de 0,66% e 0,59% na semana e no mês, respectivamente.

Já o vencimento para outubro/19 avançou 2,98% em 7 (sete) dias e fechou a sexta-feira na máxima desta temporada, em R$ 164,05/@. Em maio, registra avanço de 4,62%.

O spread entre os contratos para maio e outubro, que estava próximo a 3% (ou R$ 4,70/@) em meados de abril, encerrou a semana passada em 7,29% (ou R$ 11,15/@).

  1. Enquanto isso, no atacado…

As proteínas no atacado apresentaram variações distintas ao longo da última semana.

A carcaça casada bovina, que há um mês estava cotada em R$ 10,67/kg, recuou 2,34% e baliza-se em R$ 10,42/kg. No comparativo semanal, a queda é de 0,76%.

Em contrapartida, a carne suína especial avançou 4,16% na semana e está cotada em R$ 6,72/kg. Desde o início do mês, a valorização é de 6,67%.

Já o frango resfriado subiu 0,21% no comparativo semanal e está cotado em R$ 4,84/kg. No ano, acumula alta de 13,75%.

Apesar da queda do atacado, os preços da arroba também se enfraqueceram nas últimas semanas. Assim, o spread (diferença de preços entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo) segue trabalhando no campo positivo e, na média da última semana, ficou em +2,75%.

  1. No mercado externo

As exportações de carne bovina in natura referentes aos embarques dos 12 (doze) primeiros dias úteis de maio/19 contabilizaram um volume total de 78,35 mil toneladas e uma receita de US$ 303,4 milhões.

A média diária registrada foi de 6,53 mil toneladas, alta de 24,9% em relação à média do mês anterior e avanço de 51,4% frente ao desempenho do mesmo período de 2018.

O preço médio por tonelada foi de US$ 3.872,73, alta de 2,3% em relação a abril/19 e recuo de 7,6% quando comparado com o valor médio de maio/18.

Se a média diária se repetir ao longo das próximas semanas, o volume exportado neste mês será de 143,6 mil toneladas, um possível avanço de 58,6% ante o mesmo período do ano passado.

 

Para mais detalhes sobre as exportações de carne bovina no primeiro bimestre de 2019 e perspectivas para este ano basta clicar aqui.

  1. O destaque:

Na última semana, o indicador do boi gordo (Esalq/B3) apresentou grande volatilidade, com fechamentos entre R$ 150,45 e R$ 154,90/@.

Em alguns momentos, o indicador se descolou da realidade praticada no mercado físico, prejudicando a precificação do mercado futuro da B3, que tem a liquidação dos contratos com base na média dos 5 (cinco) últimos fechamentos.

Nesse cenário, o vencimento mais curto (maio/19) avançou para R$ 153,35/@ após dois fechamentos acima de R$ 154/@ na semana, mas a queda para R$ 150,75/@ na quinta-feira (23) fez com que o contrato futuro se ajustasse na sexta-feira (17).

A proximidade com a liquidação do contrato aumenta a correlação entre os fechamentos do indicador do boi gordo e do vencimento mais curto da B3.

  1. E o que está no radar?

A intensificação do clima frio e seco no Brasil Central na última semana deve impactar as condições das pastagens gradualmente daqui em diante.

Assim, a oferta de animais deve começar a aumentar nas próximas semanas, com os pecuaristas entregando volumes maiores boiadas para diminuir a lotação para a “seca” e/ou aumentar o capital de giro.

Esse ano as chuvas tiveram um comportamento atípico e junho pode ofertar um volume maior de animais, com as cotações recuando ante os valores praticados neste vencimento (maio).

O contrato futuro para junho/19, no fechamento da última semana, precificava uma leve alta da arroba ante as negociações deste mês, dando oportunidades de hedge para o pecuarista, especialmente via compra de opções (PUT).

Um abraço e até a próxima semana!