Por Marco Guimarães – Administrador e trainee pela Agrifatto

 

Resumo da semana:

Com as programações de abate gradualmente mais confortáveis, os frigoríficos conseguem pressionar negativamente os preços da arroba em grande parte das praças pecuárias brasileiras.

As escalas de abate, que iniciaram a última semana em 6,3 dias, alongaram-se um pouco e encerraram a sexta-feira (18/jan) em 6,6 dias, considerando a média Brasil.

Sabe-se que a segunda metade de cada mês acarreta em um consumo mais tímido de carne bovina no mercado interno, entretanto, o mercado externo pode auxiliar parcialmente no escoamento de carnes do atacado, uma vez que o Brasil tem colhido excelentes resultados com as exportações.

Os embarques externos, que apresentam historicamente volumes menores nos primeiros meses, atualmente ainda mantêm um bom ritmo diário, o que pode ajudar a sustentar o mercado ainda no período de safra.

 

  1. Na tela da B3

Os contratos futuros do boi gordo na B3 iniciaram a terceira semana de janeiro com baixa liquidez. A partir da terça-feira (15/jan) o número de negócios aumentou.

O vencimento para janeiro chegou a ser negociado em R$ 152,50/@ no dia 14/jan, mas encerrou a semana a R$ 151,75/@.

O vencimento para maio/19 acompanhou a movimentação dos outros contratos, com o maior valor também registrado no último dia 14/jan, em R$ 151,70/@. Esse contrato encerrou a sexta-feira a R$ 151,00/@ e hoje trabalha em R$151,50/@.

O terceiro contrato futuro com maior liquidez tem vencimento em outubro/19, e oscilou entre R$ 156,85 e R$ 157,20/@, mas fechou a semana cotado em R$ 157,00/@ e assim permanece.

Por fim, verifica-se um viés baixista de preços do boi gordo neste início de 2019, tendência que deve persistir nas duas últimas semanas de janeiro em um movimento sazonal.

  1. Enquanto isso, no atacado…

A demanda pela carne bovina no mercado interno, sazonalmente, perde força na segunda metade de cada mês. Em janeiro, esse movimento costuma ser mais intenso, em decorrência dos altos gastos no final e no início de cada ano.

O consumo acelerado em dezembro/18 elevou os preços da carcaça casada, que encerrou 2018 em R$ 10,58/kg, tendo alcançado seu recorde nominal em R$ 10,65/kg.

Mas, em janeiro, as cotações perderam força e recuaram 2,72% na última semana, com fechamento em R$ 10,12/kg, fato esse que confirma a menor força do consumo interno no período.

O spread (diferença de preços) entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo segue trabalhando em campo positivo, com média positiva parcial registrada em janeiro de 3,4% contra uma média histórica de -5,5%.

As proteínas alternativas também cederam, com o preço do frango resfriado no atacado caindo 0,23% no mesmo período, para R$ 4,28/kg. E a carcaça especial suína recuando 5,83%, fechando a última semana a R$ 5,74/kg.

  1. No mercado externo

As exportações brasileiras de carne in natura iniciaram o ano em ritmo positivo.

Após iniciar os 3 (três) primeiros dias úteis embarcando uma média de 6,42 toneladas por dia, os volumes passaram por um alívio na segunda semana e seguiram uma média diária de 4,81 toneladas/dia.

Até a última parcial do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), com 8 (oito) dias úteis, foram exportadas 43,29 toneladas, com uma média diária de 5,41.

E se o ritmo de embarque se mantiver, o volume exportado em janeiro deverá fechar em 119,04 mil toneladas, um possível recorde para esse mês.

Para 2019 as perspectivas são positivas, com possibilidade de renovação de recordes. Para mais detalhes sobre as exportações ao longo de 2018 e perspectivas para este ano basta clicar aqui.

 

4. O destaque da semana:

O indicador Esalq/BM&F segue apresentando volatilidade considerável, dificultando a precificação da curva futura.

Entre quarta (16) e sexta-feira (18/jan) o indicador subiu de R$ 151,45 para R$ 154,05/@ (+1,72%), por exemplo.

No comparativo semanal, os preços levantados pela Agrifatto à vista em São Paulo recuaram 0,31%, encerrando a semana com média de R$ 151,71/@.

 

5. E o que está no radar…

O ritmo das exportações recuou entre a primeira (3 dias úteis) e a segunda semanas (5 dias úteis) de janeiro, com os embarques médios passando de 6,42 para 4,81 mil toneladas por dia.

Posto isso, caso os frigoríficos consigam comprar boiadas com facilidade, os preços podem recuar ainda mais nas próximas semanas, respeitando a sazonalidade.

Um abraço e até a próxima semana!