Com uma queda real acumulada de 23% no período de um ano, o bezerro mostra o intenso ritmo de evolução do ciclo pecuário, agravado pela crise interna de consumo. Isso sugere uma temporada bastante difícil para o criador, que deve durar até 2019, de acordo com a evolução da margem da cria e dos abates de fêmeas no país.

No Mato Grosso do Sul, por exemplo, a negociação do bezerro passou de R$ 1.400,0/cab em fevereiro de 2016 para R$ 1.100,00/cab hoje, em média.

Com a retenção de fêmeas iniciada em 2013, podemos afirmar que houve aumento da capacidade produtiva de bezerros no Brasil, o que pressiona os valores para baixo.

Mesmo com a reposição desvalorizada, a dificuldade de acesso a financiamentos e a queda drástica da margem da atividade pecuária no biênio 2016/2017 deve manter a demanda pela reposição baixa.

Dado o cenário difícil, há estímulo para descarte de fêmeas a partir de agora, o que deve impulsionar o abate da categoria a partir de 2017, cenário provável, mas ainda a se confirmar em números oficiais.

Caso o movimento de descarte de fato confirme seu início, a Agrifatto sugere dois anos de margens apertadas e baixo interesse em se produzir bezerros.