A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) anunciou na quarta-feira que realizará uma conferência internacional sobre a peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) em Roma, Itália, nos dias 28 e 29 de abril. A conferência envolverá especialistas da indústria, da pesquisa, acadêmicos e parceiros regionais e internacionais.
A FAO disse que a propagação pandêmica do ASF parece inevitável, e a doença “provavelmente se expandirá através de porcos domésticos e selvagens na maioria dos continentes nos próximos anos”.
A FAO afirmou que um dos objetivos do evento em Roma é conscientizar governos, indústrias e outras partes envolvidas sobre a importância de se promover uma ação global de combate à doença.
A entidade classificou a proliferação do vírus da ASF como uma “crise de saúde animal sem precedentes”, acrescentando que a situação atual apresenta “um risco global de um impacto significativo na saúde e bem-estar animal, economias nacionais e internacionais, desenvolvimento rural, comportamento político e social, segurança alimentar nacional e nos mercados nacionais e internacionais”.
Os surtos de ASF resultam em perdas maciças do rebanho de suínos, o o que o torna economicamente devastador em países com criação comercial de suínos, disse a FAO, observando, no entanto, que países com extensa produção suína também sofrem epidemias. A FAO disse que cerca de 43% dos porcos são mantidos em extensos sistemas de produção com práticas inadequadas de biossegurança.
A FAO disse que as ações de combate à ASF são “extremamente desafiadoras”, pois o vírus, que circula facilmente em populações de javalis e via carrapatos, é altamente resistente e permanece infeccioso por meses em produtos suínos congelados.
Segundo a FAO, quase metade dos países produtores de suínos da África registrou surtos de ASF em 2012. Em 2007, o genótipo II do vírus ASF foi descoberto na República da Geórgia e se espalhou para 17 países da Europa. Em agosto de 2018, a ASF surgiu na China e posteriormente se espalhou para a Mongólia, Vietnã, República Popular Democrática da Coréia, Camboja, Laos, Mianmar, República da Coréia, Timor Leste e Indonésia.