O índice de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 2,1% em março, na comparação com o mês anterior, alcançando média de 118,5 pontos, na décima alta consecutiva. O índice também atingiu o maior nível desde meados de 2014.

O resultado mensal, segundo a FAO, foi impulsionado por forte salto nos preços dos óleos vegetais, carnes e laticínios. Já cereais e açúcar tiveram redução.

O Índice de Preços do Óleo Vegetal subiu 8% em março e atingiu a média de 159,2 pontos para o seu maior nível em uma década. Os produtos feitos à base de palma, soja, colza e girassol aumentaram por causa das preocupações com os baixos estoques, principalmente em relação ao óleo de palma. “Preocupações persistentes sobre os níveis restritos de estoque nos principais países exportadores coincidiram com uma recuperação gradual na demanda de importação global”, avaliou a FAO.

Os preços dos Lácteos monitorados pela organização subiram 3,9%. Em março, os preços internacionais da manteiga aumentaram, principalmente por causa da oferta restrita na Europa, do lento início da temporada de produção de leite e do aumento da demanda interna em antecipação à recuperação do setor de serviços alimentícios.

Os preços do leite em pó também subiram, apoiados pelas importações na Ásia, especialmente da China, em virtude de preocupações com possíveis desafios de abastecimento de curto prazo e também à queda sazonal da produção de leite na Oceania, além da escassa disponibilidade de contêineres na Europa e América do Norte.

Já as Carnes subiram 2,3% em relação a fevereiro, mantendo a tendência de alta pelo sexto mês consecutivo, mas ainda estavam ligeiramente abaixo (0,5%) do valor registrado do ano anterior. As cotações das carnes de aves e suínos aumentaram, impulsionadas pelo ritmo acelerado das importações da China. “Um aumento nas vendas internas na Europa em preparação para as celebrações da Páscoa também apoiou os preços da carne de suíno”, apontou a FAO. Já os preços da carne bovina permaneceram estáveis, próximos aos níveis de fevereiro, uma vez que os aumentos dos produtos do Brasil e dos Estados Unidos compensaram a queda nos preços de exportação da Austrália.

Ainda segundo a FAO, o índice de preços do Açúcar caiu 4% em março, tendo subido acentuadamente nos dois meses anteriores. A perspectiva de grandes exportações da Índia freou a trajetória de alta.

Destaque para os Cereais, que apresentaram queda de 1,7 % em relação a fevereiro, encerrando a tendência de alta de oito meses, mas ainda 26,5% acima do nível de março de 2020. Entre os principais cereais, os preços do trigo para exportação foram os que mais caíram (2,4%), apesar de permanecerem 19,5% mais altos do que no mesmo mês do ano passado. O aumento na oferta e as perspectivas de produção favoráveis para as safras de 2021 pressionaram os preços, disse a FAO. Já os valores do milho e da cevada caíram, apesar da forte demanda de da China, que acabou impedindo um recuo ainda mais profundo. (AE)