Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto

 

O volume de carne bovina brasileira exportada acelerou a partir do segundo semestre de 2017.

Nota-se que no primeiro semestre, em apenas duas ocasiões a exportação foi superior a 2016, ocorrendo apenas em janeiro e em junho.

O gráfico 1 ilustra o volume total de carne bovina exportada por mês em 2016 e 2017, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.

 

 

No gráfico 1, foi projetado o total a ser embarcado durante dezembro em 150 mil toneladas, considerando um cálculo conservador, isso porque utilizou-se um aumento de apenas 3,8% em relação a novembro. Em 2016 a variação foi positiva em 14%.

O fato é que se a projeção se confirmar, o total a ser exportado pelo Brasil neste ano será em torno de 11% superior a 2016 e somar 1,5 milhões de toneladas. Um avanço importante considerando os desafios que se desenrolaram este ano.

Além disso, o volume total para o ano poderá ser o quinto melhor resultado em 10 anos, como pode ser observado no gráfico 2, atrás de 2007, 2008, 2013 e 2014.

Com relação ao faturamento pelas exportações, os ganhos até outubro/17 foram 0,76% superior ao obtido ao longo de todo o ano de 2016, e ainda considerando a projeção para dezembro descrita acima, o faturamento este ano pode subir 20% em relação ao ano passado.

Pode-se destacar que os maiores volumes embarcados ao longo de 2017, associado a variação cambial favorável, levou a um resultado positivo este ano.

Neste sentido, é possível observar no gráfico 3 a variação negativa para o dólar em 2016, caindo 17% entre o início e final daquele ano, e devido as exportações de carne bovina se concentrarem no segundo semestre, o faturamento acompanhou a baixa do movimento cambial.

Deste modo, o faturamento em 2017, subiu em maior proporção durante o segundo semestre do ano, um resultado positivo da relação do câmbio com as quantidades embarcadas (gráfico 4).

Em 2018 essa relação deve continuar positiva, já que a expectativa é de aumento cambial e demanda internacional aquecida, uma combinação a favorecer a competividade brasileira no mercado mundial e aumentar o faturamento pelas operações de exportação, em última análise, também beneficia os spreads das indústrias exportadoras.

Por fim, na esteira do mercado internacional, o consumo interno também é positivo, dada a recuperação econômica, menor endividamento da população e maior quantidade de dinheiro circulando na economia em ano eleitoral, e assim, a maior demanda pela matéria prima brasileira será importante fator de sustentação aos preços.