A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) disse nesta segunda-feira que as exportações de milho do Brasil podem não ultrapassar os 20 milhões de toneladas em 2018 se o tabelamento do frete rodoviário não for revisto. “A imprevisibilidade gerada pelo tabelamento pode aniquilar a exportação de milho, fazendo com que o mercado perca competitividade”, diz, em nota, o diretor executivo da Anec, Sérgio Mendes.
No último dia 7, o conselheiro da Anec e diretor executivo de Oleaginosas da Louis Dreyfus, Luis Barbieri, já havia projetado embarques de 20 milhões de toneladas neste ano, por causa do frete e também da safra menor neste ano. Em seu último levantamento oficial, também do início de agosto, a Anec havia reduzido a estimativa para a exportação do País neste ano de 28 milhões para 27 milhões de toneladas. Em 2017, o País exportou 29,245 milhões de toneladas, conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
A decisão do Supremo Tribunal Federal sobre ações de inconstitucionalidade contra o tabelamento só deve vir após realização de audiência pública para discussão do tema, marcada pelo ministro Luiz Fux para o dia 27 de agosto.
Mendes vê ainda uma possível retração da produção do milho por causa dos custos relacionados à tabela, lembrando que a comercialização futura do produto está travada. “O Brasil é o segundo maior produtor de milho no mercado mundial, posição conquistada com muito esforço e que está em risco agora devido ao tabelamento”, aponta Mendes.