“A justifica é a elevação da demanda nos principais mercados importadores”, disse a Abiove em nota.
Somente no mês de abril, os embarques de soja atingiram recorde de 16,3 milhões de toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A perspectiva para vendas externas de óleo de soja atingiu 700 mil toneladas, ante as 500 mil toneladas projetadas na avaliação anterior. Apesar do avanço na projeção mensal, o resultado representa queda de quase 33% quando comparado ao total de 1,04 milhão de toneladas exportado em 2019.
No mercado interno, o consumo de óleo de soja foi estimado em 8,4 milhões de toneladas em 2020, 300 mil toneladas a menos do que na previsão anterior —boa parte do produto é destinado à indústria de biodiesel, cujo mercado tem sido impactado pela pandemia.
No ano passado, o consumo de óleo de soja no Brasil ficou em 7,9 milhões de toneladas, de acordo com a associação, mas a mistura de biodiesel adicionada ao diesel era menor (agora está em 12%).
Já a projeção para o processamento interno da oleaginosa foi mantida em recorde de 44,5 milhões de toneladas em 2020.
Com isso, os estoques finais do grão no país foram estimados em 1,87 milhão de toneladas, ante 3,6 milhões de toneladas na previsão anterior, disse a Abiove.
Em relação ao ano passado, as reservas devem recuar 43,7%. Trata-se do menor nível de estoques finais de soja desde 2007.
As divisas geradas pelo setor, o maior exportador brasileiro, deverão somar 31,5 bilhões de dólares, ante 32,6 bilhões em 2019, quando os preços estavam mais elevados do que as estimativas para 2020.
SAFRA
A perspectiva da Abiove para a produção brasileira de soja 2019/20 foi mantida em recorde de 123,7 milhões de toneladas, 2,4% maior que os 120,7 milhões de toneladas colhidas na temporada passada.
A projeção oficial para a cultura é mais conservadora e indica uma safra recorde da soja, mas de 122 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A colheita da oleaginosa foi impactada por uma quebra de safra no Rio Grande do Sul, que registrou o pior rendimento das últimas oito temporadas, mas segundo a Conab a perda foi compensada, em parte, por melhores condições climáticas e recordes de produtividade em outros Estados produtores. (Reuters)