(Reuters) – A exportação de milho do Brasil nas três primeiras semanas de setembro somaram 4,76 milhões de toneladas, acumulando no ano 27,46 milhões de toneladas, um volume que já supera com folga o total exportado em todo o ano passado, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo governo.
O total embarcado no acumulado do mês também supera o registrado em setembro completo do ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.
Em setembro do ano passado, quando os embarques estavam mais lentos em meio a uma quebra de safra, as exportações do país atingiram 3,36 milhões de toneladas, segundo a Secex. No ano de 2018 completo, o Brasil embarcou 23,8 milhões de toneladas.
Em 2019, ao contrário, as exportações do Brasil estão sendo favorecidas por uma safra recorde de quase 100 milhões de toneladas, segundo os números oficiais, com o setor tendo aproveitado o câmbio e os melhores momentos da bolsa de Chicago neste ano para realizar negócios.
O Brasil, tradicionalmente o segundo exportador global de milho atrás dos EUA, deverá exportar um recorde de ao menos 35 milhões de toneladas em 2019, segundo avaliação da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
“Tivemos um primeiro semestre bom para o milho, e início do segundo (semestre) muito forte. A tendência é uma redução nos embarques (de agora em diante), mas isso não vai significar prejuízo nas expectativas”, afirmou o assistente executivo da Anec, Lucas Brito.
O Brasil teve volumes recordes de embarques em julho e agosto. E na última etapa do ano já começa a entrar a nova safra dos EUA, líderes globais em milho.
“Temos previsão de recorde absoluto nas exportações. Dentro da normalidade, atingiríamos a marca de 35 milhões, talvez até mais do que isso”, acrescentou.
Nas contas da Anec, que considera embarques efetivos nos seus números, as exportações no acumulado de setembro somaram 3,6 milhões de toneladas, enquanto a programação dos navios aponta para embarques de mais 2,6 milhões de toneladas até o final do mês.
As exportações em setembro, portanto, estão projetadas em 6,2 milhões de toneladas, ante 7,6 milhões em agosto, um recorde mensal absoluto.
Para outubro, a Anec vê no “line-up” até o momento de 1,8 milhão de toneladas.
De acordo com dados da Anec, a exportação anual mais forte da história do país foi em 2015, de 30,7 milhões de toneladas.
No ano passado, os embarques do cereal do país atingiram 22,8 milhões de toneladas, segundo a Anec.