Após um período de estiagem que limitou a produção de soja em 9,16 milhões de toneladas na temporada 2021/22, a safra verão 2022/23 deve ser 124,4% maior. Segundo estimativa divulgada nesta manhã pela Emater RS/Ascar, durante a 45ª edição da Expointer, em Esteio (RS), a produção de soja 2022/23 pode atingir 20,56 milhões de toneladas.

Segundo dados obtidos entre 1º e 19 de agosto a partir de levantamento realizado em 497 municípios do Estado, a produtividade da soja por área também tende a superar o ano anterior e ficar 112,7% maior em 2022/23, com 3,131 mil kg por hectare. Já área plantada com a oleaginosa é estimada em 6,569 milhões de hectares (+2,8% ante 2021/22).

Segundo o diretor-técnico da Emater, Alencar Rugeri, é possível verificar uma mudança no “caminho da soja” no Estado. “A soja está avançando na metade sul do Rio Grande do Sul. Isso é uma questão importante, mas que também nos preocupa, porque nessa região há necessidade de um manejo mais profissional”, disse. Na avaliação de Rugeri, apesar do custo dos insumos estarem elevados, a expectativa é que a oleaginosa alcance as previsões, especialmente com uma perspectiva climática favorável.

O meteorologista Flavio Varoni, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, avaliou, durante a apresentação dos resultados da Emater, que o mês de agosto está “transcorrendo bem” do ponto de vista climático. “Estamos tendo um inverno bem típico e favorável. A condição é boa para a gente trabalhar este ano”, disse.

Varoni destacou que o La Niña tende atuar de forma mais expressiva sobre as culturas do Rio Grande do Sul durante a primavera, especialmente em outubro. “Durante o mês de outubro vamos ter sensação de que o inverno vai se prolongar um pouco mais”, afirmou. Passado esse período, o meteorologista prevê que o La Niña “perca o sinal” e não tenha influência durante a estação seguinte. “Não acredito em grandes estiagens durante o verão”, completou.

(Broadcast Agro)