(Reuters) – O crescimento econômico da China no terceiro trimestre desacelerou mais do que o esperado e para o ritmo mais fraco em quase três décadas, conforme a guerra comercial com os Estados Unidos afeta a produção industrial.

O Produto Interno Bruto (PIB) subiu apenas 6,0% na comparação com o ano anterior, marcando nova perda de força para a economia em relação ao crescimento de 6,2% no segundo trimestre.

Dados fracos da China nos últimos meses têm destacado a demanda mais fraca interna e externa. Ainda assim, a maioria dos analistas diz que o escopo para um estímulo agressivo é limitado em uma economia já com um grande volume de dívida após ciclos anteriores de afrouxamento.

“Dado que as exportações não devem se recuperar e dada uma possível desaceleração no setor imobiliário, a pressão de baixa sobre a economia da China deve continuar, com expectativa de que o crescimento do quarto trimestre caia para 5,9%’, disse Nie Wen, economista do Hwabao Trust.

A expansão do PIB no terceiro trimestre foi a mais lenta desde o primeiro trimestre de 1992, primeiros dados trimestrais disponíveis, e ficou abaixo da expectativa de crescimento de 6,1% em pesquisa da Reuters. A meta do governo para o ano é de um crescimento entre 6,0% e 6,5%.

Em entrevista após a divulgação dos dados, Mao Shengyong, porta-voz da agência de estatísticas da China, anunciou planos de Pequim de adiantar algumas emissões especiais de títulos de governos locais para este ano, em uma medida para fomentar o investimento em infraestruturas regionais.

Em contrasto aos números decepcionantes do PIB, a produção industrial da China cresceu acima do esperado em setembro, a uma taxa anual de 5,8%, após mínima de 17 anos em agosto.

O aumento ficou em linha com sinais de aumento das encomendas domésticas, embora a demanda geral permaneça em níveis historicamente fracos. Analistas esperavam crescimento de 5,0% da produção industrial em setembro.

O investimento em ativos fixos cresceu 5,4% entre janeiro e setembro, igualando as expectativas mas desacelerando sobre a taxa de 5,5% nos primeiros oito meses.

As vendas no varejo subiram 7,8% no mês passado em relação ao ano anterior, em linha com as expectativas e sobre 7,5% em agosto.