(Reuters) – Os principais negociadores comerciais dos Estados Unidos e da China discutiram na quinta-feira os detalhes de um conjunto de acordos destinados a encerrar sua guerra comercial, apenas uma semana antes de o prazo imposto por Washington expirar e elevar as tarifas sobre as importações chinesas.

A Reuters informou em notícia exclusiva na quarta-feira que os dois lados começaram a delinear um acordo sobre questões estruturais, esboçando a linguagem para seus memorandos de entendimento sobre reformas propostas pela China.

Se os dois lados não conseguirem chegar a um acordo até 1º de março, as tarifas dos EUA sobre 200 bilhões de dólares em importações chinesas subirão de 10 para 25 por cento. As tarifas entre as duas maiores potências econômicas do mundo afetaram o comércio internacional e desaceleraram a economia global desde o início da guerra comercial, sete meses atrás.

Os negociadores têm lutado nesta semana para superar as diferenças em termos específicos e atender às duras exigências dos EUA por mudanças estruturais na economia da China, disseram duas fontes familiarizadas com as negociações. As questões incluem um mecanismo de aplicação para garantir que a China cumpra quaisquer acordos.

“Não é surpresa que esta semana tenha sido mais desafiadora”, disse uma fonte familiarizada com as negociações. “Depois que você passa da criação de esboço para o preenchimento dos detalhes, é aí que as coisas naturalmente se tornam mais complicadas.”

As autoridades chinesas não responderam a perguntas quando deixaram o escritório do Representante de Comércio dos EUA na quinta-feira, depois de mais de nove horas de negociações.

O presidente dos EUA, Donald Trump, vai se encontrar com primeiro-ministro-chinês, Liu He, no Salão Oval nesta sexta-feira, informou a Casa Branca na quinta-feira. Os dois também se encontraram ao final das negociações durante a última visita de Liu a Washington em janeiro.

Trump já disse que o prazo de 1º de março pode ser prorrogado se avanço suficiente for alcançado.

Fontes familiarizadas com as negociações disseram à Reuters que os memorandos cobrirão transferência forçada de tecnologia e roubo cibernético, direitos de propriedade intelectual, serviços, câmbio, agricultura e barreiras não-tarifárias ao comércio.