O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) informou que seu balanço patrimonial recuou pela primeira vez desde o início da crise gerada pela pandemia de covid-19. Na atualização semanal publicada pela autoridade monetária dos Estados Unidos, o conjunto dos ativos diminuiu de US$ 7,22 trilhões para 7,14 trilhões. Mesmo assim, o balanço da instituição registra crescimento de 66% em relação ao nível de março, quando o Fed retomou o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês).
Um dos fatores que colaboraram para o enxugamento do balanço, da semana passada para cá, foi uma redução de US$ 92 bilhões nas linhas de swap cambial que o Fed estabeleceu com outros bancos centrais, para fornecer liquidez em dólar.
Desde março, quando reduziu os juros para a faixa entre 0% e 0,25% ao ano e retomou o QE, o Fed passou a comprar títulos de dívida corporativa e estabeleceu diversas linhas de crédito para empresas.
Em discurso no Congresso americano, o presidente da instituição, Jerome Powell, afirmou ontem que ainda “levará um tempo” para que o BC inicie um redução sustentada do balanço. “O balanço de ativos não traz preocupações para mercados e inflação”, reforçou.
Na mais recente reunião de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), realizada nos dias 9 e 10 de junho, os dirigentes do Fed mantiveram os juros no nível próximo a zero e reforçaram o compromisso de usar todas as ferramentas disponíveis para mitigar os efeitos econômicos da crise.
Como mostrou o Broadcast em abril, analistas acreditam que o balanço da instituição, que está no maior nível já registrado, pode chegar aos US$ 10 trilhões nos próximos meses. (AE)