Santa Catarina terá acesso a 42 mil toneladas de milho para alimentação animal, segundo nota da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca divulgada na quarta-feira (30). No mesmo dia, segundo o comunicado, o governo federal publicou a medida provisória que libera os estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para os criadores de aves e de suínos e para as indústrias de processamento de ração animal das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
O milho será disponibilizado pelo Programa de Vendas em Balcão e terá um custo de R$ 31,90 por saco para as agroindústrias e produtores catarinenses. Os armazéns da Conab estão localizados em locais estratégicos, chamados de corredores de abastecimento, e poderão atender à principal demanda do setor produtivo: insumos para fabricação de ração.
Santa Catarina conta com 42 mil toneladas de milho estocadas nos armazéns de Campos Novos, Quilombo, Chapecó, Mafra, Irineópolis, Itapiranga, Maracajá, Braço do Norte, Herval d’Oeste, Coronel Freitas, São Miguel do Oeste e Bom Jesus.
O grão trará um novo fôlego para o setor agropecuário e poderá garantir pelo menos mais três dias de ração para os suínos e aves alojados, segundo a nota. O secretário da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, lembrou que essa não será uma ração completa, já que faltam insumos para formulação. “Não será uma ração ideal, porém, é o milho que manterá a sobrevivência dos animais, evitando a inanição e o canibalismo”, disse.
Há mais de uma semana sem o fornecimento de ração devido à paralisação dos caminhoneiros, os produtores já não tinham mais insumos para alimentar os animais nas granjas. Segundo Spies, a situação do agronegócio no estado é dramática e todos os dias o governo estadual busca soluções pontuais para alimentar os animais e evitar que setor entre em colapso.
“A cada dia que passa, são alojados mais suínos e aves nas granjas. Os nascimentos continuam acontecendo e os abates praticamente pararam. Hoje, temos 15% a mais de animais nas granjas. Nós temos o desafio de acabar com a greve e voltar a normalidade porque a situação está insustentável”.
As negociações do governo do estado liberaram ainda 10 mil toneladas de milho que estavam armazenadas no Porto de Imbituba. A alimentação dos suínos e aves é uma das prioridades do governo e a passagem de cargas tem sido negociada com o movimento grevista. Em muitos casos, os caminhões que transportam ração são escoltados pela Polícia Militar até as propriedades rurais.
“Nosso objetivo é que em Santa Catarina nenhum animal morra de fome. Nossa missão é não descartar animais por falta de alimento. Até aqui tivemos êxito, com expectativa de que a greve acabe logo”, ressaltou Spies. (AE)