O surto de coronavírus na China pode atingir seu pico em breve, disse um proeminente especialista chinês nesta terça-feira, ao passo que o número de mortos por causa da infecção passou de 1.000 e as preocupações cresceram sobre a real extensão do impacto sobre a segunda maior economia do mundo.
Empresas sofriam para retomar as atividades depois de um feriado prolongado do Ano Novo Lunar, enquanto centenas de companhias chinesas afirmavam que precisavam de empréstimos na casa dos bilhões de dólares para manterem suas operações. As demissões também começaram, apesar de garantias dadas pelo presidente da China, Xi Jinping, de que dispensas em massa serão evitadas.
O principal conselheiro médico do país para o surto, Zhong Nanshan, mantinha a esperança de que a epidemia vai atingir seu pico em fevereiro e se estabilizar na sequência, para depois diminuir.
“O momento de pico pode ser alcançado em… meados do final deste mês”, disse Zhong, um epidemiologista que fez fama por seu papel no combate ao surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2003, em entrevista à Reuters.
O número de novos casos já estava caindo em algumas províncias, acrescentou ele.
A Comissão Nacional de Saúde disse mais cedo que mais 108 pessoas morreram da infecção pelo novo coronavírus nesta terça, um recorde diário, levando para 1.016 o número de mortos na China. Somente cinco das mortes registradas no país aconteceram fora da província central de Hubei, epicentro do surto.
Havia 2.478 novos casos confirmados na China continental na segunda, número menor do que os 3.062 registrados na véspera, levando o total para 42.638. Foi a segunda vez em duas semanas que as autoridades registraram uma queda diária em novos casos.
Somente 319 casos foram confirmado em outros 24 países e territórios fora da China continental, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades chinesas, com duas mortes, uma em Hong Kong e outra nas Filipinas. (Reuters)