Para produzir a CCN, a propriedade interessada deverá passar por uma certificação que será concedida apenas à área correspondente ao sistema integrado, ou seja, que possua pasto com floresta nos termos estabelecidos pelo protocolo da carne (parâmetros de referência de como a CCN deve ser produzida). Em novembro de 2019 a Embrapa concluiu o curso de capacitação das certificadoras CCN. O documento, com a qualificação, foi encaminhado ao Ministério da Agricultura que designou o Instituto da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (ICNA) como gestor da plataforma digital de relações entre produtor, certificadoras, Embrapa e indústria.

“O protocolo CCN ainda não foi disponibilizado na página da CNA, mas assim que estiver liberado será fixado no endereço www.cnabrasil.org.br/frigoríficos”, avisa o coordenador de Rastreabilidade da CNA, Paulo Vicente Costa. Segundo ele, o interessado também encontrará ali o memorial descritivo, plantas frigoríficas credenciadas e lista das certificadoras habilitadas.

Uma “quase certeza” dentro da cadeia de produção da CCN é a bonificação ao produtor. Ao longo dos dois últimos anos, a Marfrig tem evitado tocar neste assunto. O diretor de sustentabilidade da empresa, Paulo Pianez, prefere usar a expressão “valor diferenciado para a arroba da CCN”. Ele, porém, não deu pistas sobre sua construção. Nos bastidores, especulações não faltam. Algumas delas chegaram a indicar percentuais entre 3% e 9% acima do preço da arroba convencional paga pela categoria animal.

No planejamento que havia sido ajustado para o lançamento do produto no início do ano, a Marfrig concentraria os primeiros abates de CCN na unidade frigorífica de Bataguassu (MS). Além da Embrapa (detentora da tecnologia e da marca CCN), Marfrig (licenciada mediante pagamento de royalties) a cadeia da CCN conta, ainda, com o grupo de certificadoras, CNA, Ministério da Agricultura e produtores que forem certificados.

Estes últimos, por sinal, já começaram a se organizar. Em 2019 foi criada a Associação Brasileira dos Produtores de Carne Carbono Neutro e de Baixo Carbono, com sede em São Paulo. A iniciativa já sinaliza para a próxima investida: a Carne de Baixo Carbono (CBC), oriunda de áreas de integração lavoura-pecuária (ILP). (AE)