Yago Travagini é economista e consultor de mercado pela Agrifatto
Com 10 dias úteis completos, as exportações de carne bovina in natura até a segunda semana de maio de 2020 atingiram um volume de 78,67 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 346,35 milhões. A 2ª semana de maio teve um desempenho bem mais tímido que a 1ª semana, a queda no volume diário embarcado foi de 53%, saindo de 10,70 mil toneladas por dia na semana retrasada para 5,03 mil toneladas por dia na última semana.
Entretanto, a média diária do mês de maio continua elevada, com 7,86 mil toneladas exportadas, porém, com o desempenho mais fraco na última semana, o otimismo que a 1ª semana havia trago, se perdeu um pouco na realidade de uma China com estoque possivelmente mais elevados. A receita média diária obtida com a exportação de carne bovina está em US$ 34,63 milhões, 58% acima do registrado em maio/19.
Os envios de soja também tiveram uma 2ª semana mais fraca do que a 1ª semana de maio, no entanto, os embarques da oleaginosa continuam aquecidos, com uma média diária de 879,39 mil toneladas embarcadas e uma receita de US$ 288,90 milhões por dia de venda externa de soja.
Continuado o atual ritmo de vendas observado, as exportações brasileiras de soja podem fechar o mês de maio com mais de 15 milhões de toneladas embarcadas, a concretização deste valor poderia representar recorde para um mês de maio/20. No entanto, a diminuição no volume de vendas na 2ª semana de maio, deixa o sinal de alerta ligado.
As exportações de milho seguem calmas, com a disponibilidade de cereal no mercado físico baixa, os envios seguem na faixa das 2,1 mil por dia, gerando uma receita de US$ 478,5 mil dólares diários.
Com o milho norte-americano sendo negociado na casa dos US$ 3,21/bu, esse consegue determinar um melhor nível de competividade frente ao cereal brasileiro. E com a maior disponibilidade de milho nos EUA, as compras se concentram no país.
Agrifatto