O enviado climático dos Estados Unidos, John Kerry, disse que mais trabalho é necessário este ano para chegar a acordos com a China sobre importantes questões climáticas, após três dias de negociações em Pequim para reconstruir a confiança entre os dois maiores poluidores de carbono do mundo.
Os dois lados concordaram que a mudança climática é urgente e que devem seguir o compromisso global de “manter vivo 1,5 graus”, disse Kerry, referindo-se às promessas de impedir que as temperaturas globais subam mais de 1,5 grau Celsius acima das temperaturas pré-industriais.
Isso marcaria uma mudança no tom da China, depois que autoridades chinesas nos meses anteriores pareceram questionar o último relatório científico das Nações Unidas sobre o aquecimento global.
As negociações climáticas EUA-China foram suspensas há quase um ano, após uma visita da então presidente da Câmara dos Deputados dos EUA Nancy Pelosi a Taiwan, uma ilha sobre a qual a China reivindica soberania.
“Nós – nossa equipe e o governo dos Estados Unidos – viemos a Pequim para destravar o que está parado desde quase agosto passado”, afirmou Kerry a repórteres na noite de quarta-feira.
Embora a China tenha dito que suas políticas climáticas não serão ditadas por outros, ela planeja novas negociações com os EUA antes da próxima cúpula climática da ONU, a COP28, que começa em 29 de novembro em Dubai, disse Kerry.
“Outros compromissos devem ajudar a liberar mais ambição na redução do consumo de carvão, cortar as emissões de metano e abrir caminho para um resultado mais forte na COP28”, disse Li Shuo, consultor climático sênior do grupo ambiental Greenpeace em Pequim.
Li descreveu as negociações desta semana como “uma complexa operação de resgate para o diálogo climático EUA-China”.
A China ainda não emitiu uma declaração formal sobre as negociações.
Falando em uma conferência no início desta semana, o presidente chinês, Xi Jinping, reiterou o compromisso “inabalável” do país em combater a mudança climática, disse a Xinhua na terça-feira.
“Mas o percurso, o método e a intensidade usados para atingir esse objetivo precisam ser determinados por nós mesmos, e nunca serão influenciados por outros”, declarou ele.
(Reuters)