Representantes do agronegócio, como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) e a Viva Lácteos, realizam nesta tarde no Congresso Nacional uma série de reuniões com deputados para tentar barrar a votação da Medida Provisória 832, que trata da tabela do frete.
O gerente de economia da Abiove, Daniel Furlan Amaral, afirmou que, devido ao tabelamento, em 45 dias US$ 3,1 bilhões em contratos de soja deixaram de ser fechados, um prejuízo que, segundo ele, afeta a cadeia como um todo. O diretor-executivo da Viva Lácteos, Marcelo Martins, acrescentou que, para o segmento, o preço do frete aumentou até 150% desde que a tabela entrou em vigor. “O (leite) longa vida tem chegado 40% mais caro para o consumidor”, afirmou. Já o presidente da Aprosoja, Bartolomeu Braz, disse que vendas futuras de grãos não estão sendo fechadas por conta da indefinição sobre o custo do transporte, o que pode acarretar atrasos e queda da produtividade. Segundo ele, produtores encontram dificuldade para armazenar a colheita da segunda safra do milho, porque ainda têm soja ocupando o espaço nos armazéns.
Nos corredores da Câmara, o representante da Aprosoja e o relator da matéria, o deputado Osmar Terra (MDB-RS), chegaram a debater alguns pontos do projeto. Terra disse que trabalha para votar o projeto ainda hoje, apesar do recurso apresentado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo deputado Evandro Gussi (PV-SP). Ele alega ilegalidade na aprovação da medida provisória na Comissão Especial no Congresso Nacional, uma vez que não foi lhe assegurado o prazo mínimo regimental de 24 horas de vista do parecer. (Estadão)