Nesta terça-feira (23/2), o mercado físico do boi gordo seguiu com muita volatilidade de preço nas principais praças pecuárias brasileiras, informa a IHS Markit.
As variações mistas da arroba – tanto para baixo quanto para cima, além de estabilidade em algumas praças – refletem um ambiente truncado em termos de negócios. A baixa liquidez, diz a consultoria, é resultado dos altos custos operacionais das unidades de abate (decorrente dos altos valores pagos na arroba bovina em função da oferta restrita) e do baixo desempenho do consumo interno, além da lentidão das vendas externas de carne bovina (embora tenha reagido um pouco na terceira semana do mês, na comparação com a semana anterior).
Algumas plantas industriais estão de férias coletivas em função da dificuldade em comprar a matéria-prima (boiadas gordas), informa a consultoria. Por sua vez, em regiões onde existem plantas habilitadas para exportação, a indústria ainda consegue adequar e mitigar melhor os seus custos operacionais, acrescenta a IHS. Nestas praças, a demanda por animais prontos para abate segue firme e tem colaborado para sustentação dos preços, com movimentos de alta em algumas localidades.
Assim, nesta terça-feira, os preços da arroba chegaram a registrar sólidas altas na maioria das praças do Mato Grosso, apurou a IHS. O Estado do Centro-Oeste dispõe de uma atuação mais ativa de exportadores de carne e da presença de compradores de gado de outras regiões do Brasil, justifica a consultoria.
No entanto, em São Paulo e Minas Gerais, o dia foi de preços mais frouxos no mercado do boi. Lentidão das vendas no atacado e a menor atuação de plantas frigorificas exportadoras no mercado local promoveu um ambiente de poucos negócios nas praças paulistas, relata a IHS. Em Minas, a oferta de lotes oriundos do norte do Estado permitiu um melhor avanço das escalas de abate de indústrias em Belo Horizonte e no Triangulo Mineiro.
No Paraná, mercado ficou truncado, em meio a tentativa de fixação de novos negócios a preços mais baixos. No Mato Grosso do Sul, as indústrias também procuram realizar novas compras a preços mais baixos, mesmo sem grande êxito, informa a IHS. Em Goiás, o mercado estagnou em termos de preços e liquidez.
Na região Norte, o preço voltou a recuar nesta terça-feira em Rondônia e Tocantins, depois que as unidades de abate locais conseguiram fixar novos negócios no dia anterior. Com as escalas desta semana preenchidas muitos frigoríficos do Norte saíram das compras.
No atacado brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos seguiram estáveis nesta terça-feira, mesmo sem que haja um fluxo mais consistente e regular de vendas no mercado doméstico. Segundo a IHS Markit, a indústria tenta evitar ajustes nos preços da carne bovina para não deprimir ainda mais as suas margens. (Portal DBO)