(Reuters) – O Brasil voltou a crescer em maio após quatro meses seguidos de contração na atividade econômica, aliviando um pouco os temores de que o país entraria em recessão no segundo trimestre.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,54% em maio na comparação com abril, mostraram dados dessazonalizados divulgado pelo BC nesta segunda-feira.

Esse foi o primeiro resultado no azul na comparação mensal desde o início do ano, e depois de o índice abrir o segundo trimestre com contração de 0,3% em abril, em dado revisado pelo BC de queda de 0,47% divulgada antes.

Na comparação com maio de 2018, marcado pela greve dos caminhoneiros, o IBC-Br apresentou avanço de 4,40% e, no acumulado em 12 meses, teve alta de 1,31%, segundo números observados.

O IBC-Br cresceu em maio contra abril, “compensando parte da perda de 1,6% acumulada nos quatro meses anteriores. O bom resultado corrobora a expectativa de leve crescimento do PIB no segundo trimestre do ano”, afirmou a Rosenberg Associados em nota.

Para o Bradesco, os indicadores de atividade econômica de maio sugerem crescimento de 0,2% do PIB no segundo trimestre.

Em maio, a produção da indústria brasileira recuou 0,2%, e continuou mostrando instabilidade do setor. As vendas no varejo frustraram as expectativas e recuaram 0,1% sobre abril, mas o setor de serviços surpreendeu positivamente ao mostrar estabilidade.

Sem conseguir engatar um ritmo mais forte, a economia brasileira ainda tem cerca de 13 milhões de desempregados, com números recordes de desalentados e subutilizados.

No final da semana passada, o governo cortou sua projeção para o crescimento da economia este ano a 0,81%, sobre 1,6% anteriormente. Também passou a ver elevação de 0,3% no segundo trimestre sobre o trimestre anterior, com ajuste sazonal.

O cenário de fraqueza da atividade e inflação comportada favorecem a perspectiva de corte de juros em breve pelo Banco Central, em uma medida para impulsionar a expansão.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, vem classificando como “relevantes” os riscos à inflação, a despeito da melhora do balanço de riscos para os preços, reiterando que o risco do lado das reformas é “preponderante”.

A mais recente pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central junto a uma centena de economistas mostrou que a estimativa para a atividade neste ano agora é de crescimento de 0,81%, indo a 2,10% em 2020.