O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse em entrevista à rádio Jovem Pan nesta quarta-feira que a quarentena no Estado será afrouxada de forma escalonada e heterogênea a partir de 1º de junho, logo após o vencimento do atual decreto estadual de quarentena para frear a propagação do coronavírus.

“Haverá um período, sim, a partir de 1 de junho em fases escalonadas, cuidadosas, zelosas e isso feito com o setor privado para a flexibilização. Mas quando possível. Neste momento, não. Nós estamos no pior momento do coronavírus no Brasil, não é em São Paulo”, disse Doria na entrevista.

O governador disse que 26% dos 645 municípios do Estado não têm registro de casos de coronavírus e disse que as autoridades estaduais analisam, entre outros fatores, a taxa de ocupação do sistema de saúde para definir como será feita a flexibilização.

A declaração do governador vem depois de o Brasil registrar mais de mil mortes diárias pelo Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, e num momento em que a Grande São Paulo tem 88% dos leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) ocupados, índice que é de 71,4% em todo o Estado. Doria disse que o patamar de ocupação “de segurança” é de 70%.

A prefeitura de São Paulo antecipou os feriados de Corpus Christi, que aconteceria em junho, e da Consciência Negra, marcado inicialmente para novembro, para esta quarta e quinta-feiras e Doria enviou projeto à Assembleia Legislativa com proposta para antecipar o feriado de 9 de julho para segunda-feira.

A antecipação visa aumentar o índice de isolamento social, que tem ficado abaixo de 50% em dias de semana no Estado. Autoridades de saúde dizem que a taxa ideal de isolamento é de 70%, mas que um patamar entre 55% e 60% daria tempo para o sistema de saúde se preparar para enfrentar a pandemia.

O Estado de São Paulo tem 65.995 casos confirmados de Covid-19 com 5.147 mortes causadas pela doença. (Reuters)