O dólar iniciou o mês de dezembro em queda contra o real, acompanhando o exterior com o sentimento internacional sendo sustentado nesta terça-feira por dados fortes da China e esperanças em torno de vacinas contra o coronavírus.
Às 10:08, o dólar recuava 0,81%, a 5,3032 reais na venda, enquanto o contrato mais negociado de dólar futuro perdia 0,70%, a 5,2965 reais.
Essa movimentação estava em linha com o comportamento do dólar no exterior, que apresentava queda contra uma cesta de pares fortes e contra peso mexicano e rand sul-africano, divisas arriscadas cujo movimento o real tende a acompanhar.
Outros ativos procurados em tempos de apetite por risco, como os futuros de Wall Street e as bolsas de valores europeias, trabalhavam em alta, refletindo as esperanças internacionais de uma recuperação econômica.
Nesta terça-feira, uma pesquisa com gerentes de compras mostrou que a atividade do setor industrial da China acelerou no ritmo mais forte em uma década em novembro, a 54,9, permanecendo bem acima da marca de 50 que separa crescimento de contração pelo sétimo mês seguido.
“O indicador evidencia que a manufatura da segunda maior economia do mundo continua se recuperando do choque do coronavírus”, explicou em nota Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora.
Também no radar dos investidores estavam as notícia de busca por rápida aprovação de vacinas contra a Covid-19 por parte de farmacêuticas. A distribuição generalizada de um imunizante é vista pelos mercados como essencial para uma retomada da atividade econômica diante da crise pandêmica.
No Brasil, vários especialistas continuavam apontando as incertezas fiscais como pontos de atenção.
“(Brasília) volta à ativa depois do segundo turno das eleições municipais ainda sem tração nas propostas que atacam as questões fiscais”, escreveu a XP Investimentos em nota.
O principal temor dos mercados, por ora, é de que o governo fure seu teto de gastos no ano que vem diante de um Orçamento apertado, medo que vem acompanhado de frustração com os atrasos na agenda de reformas estruturais.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), cobrou na segunda-feira empenho do governo do presidente Jair Bolsonaro para aprovar uma reforma tributária no Congresso.
Na véspera, a moeda norte-americana à vista teve alta de 0,39%, a 5,3467 reais na venda. Em novembro, contudo, o dólar perdeu 6,82%. É a maior baixa mensal desde outubro de 2018 (-7,79%) e a mais forte para meses de novembro desde pelo menos 2002.
O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021. (Reuters)