O dólar caía modestamente frente ao real nesta sexta-feira, sessão de volumes reduzidos na volta do feriado de Corpus Christi, enquanto o mercado aguarda a decisão de política monetária do Federal Reserve da semana que vem.
Às 9:39 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,26%, a 4,9115 reais na venda. Na B3, às 9:39 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,42%, a 4,9315 reais. Operadores destacaram que as negociações desta sexta-feira provavelmente sentirão os efeitos do feriado local da véspera. Entre esses efeitos, foram citados a baixa liquidez, que tende a elevar a volatilidade, e movimentos de ajuste à oscilação vista no exterior enquanto o mercado nacional estava fechado.
Na véspera, o índice norte-americano S&P 500 registrou alta de 20% em relação a mínimas do final do ano passado, consolidando um cenário de mercado em alta (“bull market” em inglês), enquanto o dólar caiu para uma mínima em duas semanas frente a uma cesta de pares fortes. A fraqueza da divisa norte-americana foi alimentada em parte por dados da véspera que mostraram que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego saltou para um pico de mais de um ano e meio. “Essa tendência pode indicar que a desaceleração econômica está começando a afetar o mercado de trabalho”, disse a XP em nota. “Esses resultados estão alinhados com a perspectiva da XP de que o Federal Reserve não realizará mais aumentos nas taxas de juros neste ano.”
Especialistas dizem que cenário de manutenção dos custos dos empréstimos nos EUA tende a jogar contra o dólar, uma vez que reduz as perspectivas de rentabilidade do mercado norte-americano, tornando praças de juros mais altos mais atraentes para investidores estrangeiros. No Brasil, a taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível elevado que tem sido apontado como um dos principais pilares de sustentação do real.
Nesta semana, uma leitura mais branda do que o esperado do IPCA de maio aqueceu o debate sobre por quanto tempo o BC manterá os juros neste patamar, uma vez que um arrefecimento sustentado da inflação possivelmente justificaria cortes da Selic. “O Banco Central deve perseverar na condução de uma política monetária ainda restritiva de modo a garantir a convergência da inflação para a meta. Vale destacar que isso não implica a necessidade de manutenção da taxa de juros no atual patamar de 13,75% ao ano, uma vez que há espaço para se reduzir a Selic e mesmo assim continuar a praticar uma política monetária contracionista”, disse em relatório Eduardo Nishio, chefe de pesquisa da Genial Investimentos.
Na última sessão, na quarta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9244 reais na venda, com alta de 0,26%.
(Uol)