O dólar tinha movimentação tímida frente ao real na manhã desta quinta-feira, oscilando entre leves perdas e ganhos conforme investidores do mundo inteiro deixavam de fazer grandes apostas antes de uma importante leitura de inflação dos Estados Unidos.
Os dados do índice de preços ao consumidor, que serão divulgados às 10h30 (horário de Brasília), podem oferecer pistas sobre a rapidez do iminente ciclo de aperto monetário do Federal Reserve, banco central norte-americano.
A autoridade monetária da maior economia do mundo já sinalizou que vai começar a elevar os juros em março, mas há alguma divisão entre os participantes do mercado sobre qual será a magnitude do ajuste. Embora a maioria das apostas seja de alta de 0,25 ponto percentual, há quem espere movimento mais agressivo, de 0,5 ponto.
“Número de inflação americana vai ser bem interessante”, comentou em post no Twitter Arthur Lula Mota, da equipe de estratégia e macro do BTG Pactual. Ele afirmou que as projeções com assimetria à esquerda para o dado desta quinta-feira (indicando que as apostas estão tendendo para uma leitura mais alta de inflação) deixam “espaço maior para reações caso (o índice) surpreenda para cima –ainda mais no contexto atual”.
A expectativa é de que o índice de preços ao consumidor tenha aumentado mais de 7% em janeiro na comparação anual, um nível que lembra os choques inflacionários das décadas de 1970 e 1980.
Dados fortes de inflação tendem, no geral, a reforçar argumentos a favor de uma postura mais dura do Federal Reserve na conduta da política monetária, o que, por sua vez, poderia beneficiar o dólar globalmente, já que juros mais altos nos EUA elevam a atratividade dos títulos soberanos norte-americanos.
Às 9:46 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,37%, a 5,2464 reais na venda, depois de oscilar entre 5,2214 (-0,11%) e 5,2470 (+0,38%) ao longo da sessão.
Na B3, às 9:46 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,13%, a 5,2675 reais.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes rondava a estabilidade, enquanto alguns dos principais pares arriscados do real –peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano– registravam ganhos moderados.
O dólar spot fechou a última sessão em queda de 0,64%, a 5,2269 reais, menor valor para encerramento desde 13 de setembro de 2021 (5,2236).
Neste pregão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1° de abril de 2022.
(Reuters)