O agravamento das tensões no Brasil e no exterior fez o mercado financeiro ter um dia de turbulências. O dólar aproximou-se de R$ 5,30, e a bolsa caiu quase 2%.
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (9) vendido a R$ 5,279, com alta de R$ 0,082 (+1,58%). Por alguns momentos durante a manhã, a cotação operou em baixa, mas firmou a tendência de alta durante a tarde até fechar perto da máxima do dia.
A moeda norte-americana está no valor mais alto desde 5 de janeiro, quando estava sendo vendida a R$ 5,35. Com a alta de hoje, a divisa zerou a queda acumulada em 2023.
O dia também foi tenso no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 108.008 pontos, com queda de 1,77%. O indicador chegou a operar em estabilidade no início das negociações, mas desabou no restante do dia.
Tanto fatores internos como externos influenciaram o mercado hoje. No Brasil, o acirramento das tensões entre o governo e o Banco Central (BC) agravou-se, com cada vez mais parlamentares da base aliada defendendo a convocação do presidente do órgão, Roberto Campos Neto, para explicar-se sobre os juros básicos atuais, em 13,75% ao ano.
A possibilidade de que a meta de inflação seja aumentada na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no próximo dia 16, contribuiu para as tensões. O BC não se pronunciou sobre notícias de que Campos Neto teria concordado com a alteração da meta.
No exterior, o dia começou com otimismo, com o dólar em queda perante as principais moedas internacionais. O clima, no entanto, inverteu-se durante a tarde, com a alta das taxas dos leilões de títulos do Tesouro norte-americano, o que fez as bolsas dos Estados Unidos fecharem em queda. Considerados os investimentos mais seguros do mundo, os títulos públicos norte-americanos ficam mais atrativos com taxas mais altas, provocando a fuga de recursos de todo o planeta para os bônus do Tesouro da maior economia do planeta.