A indicação de que o Banco Central norte-americano manterá os juros altos por longo tempo trouxe turbulência ao mercado financeiro internacional. O dólar chegou a ultrapassar os R$ 5,20, mas desacelerou durante a tarde. A bolsa de valores caiu na maior parte da sessão, mas fechou com pequena alta, após reagir perto do fim das negociações.
O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (17) vendido a R$ 5,168, com alta de R$ 0,028 (+0,53%). A moeda norte-americana chegou a R$ 5,21 no início da manhã, mas diminuiu o ritmo de alta, à medida que capitais externos voltaram a entrar no país.
A volatilidade também prevaleceu no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 113.708 pontos, com alta de 0,17%, após chegar a cair quase 1% nos primeiros minutos de negociação. A alta foi sustentada pelos papéis da Petrobras, os mais negociados na bolsa, que se beneficiaram do aumento da cotação internacional do petróleo.
Os papéis ordinários (com voto em assembleia de acionistas) da Petrobras subiram 3,33%. As ações preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) valorizaram-se 2,34%. Em contrapartida, papéis de mineradoras e siderúrgicas caíram por causa da queda do minério de ferro ainda sob reflexo da desaceleração da economia chinesa.
Nesta quarta, o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) divulgou a ata da última reunião, em que elevou os juros básicos dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual. Apesar de o documento informar que o órgão deve reduzir o ritmo de alta daqui para a frente, os dirigentes do Fed admitiram que as taxas permanecerão altas por longo tempo, até que as expectativas de inflação na maior economia do planeta estejam controladas.
Num primeiro momento, o documento criou instabilidade para países emergentes, ao indicar que as taxas podem ficar altas por um prazo maior que o imaginado. No entanto, a pressão diminuiu com a avaliação de que o tom geral da ata foi favorável a investimentos de maior risco, ao indicar que os próximos aumentos deverão ser de 0,5 ponto percentual. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de mercados emergentes, como o Brasil.