O dólar apresentava forte alta nesta segunda-feira, deixando o real com o pior desempenho entre as principais moedas globais, com a PEC dos Precatórios dominando o foco dos participantes do mercado após decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber de suspender execução das emendas de relator.
A medida da ministra suspende o instrumento de distribuição de recursos que ficou convencionado chamar de “orçamento secreto” diante da dificuldade de rastrear os beneficiários dos repasses, e veio em meio às negociações para votação na terça-feira do segundo turno da proposta de emenda à Constituição (PEC) que muda as regras de pagamento dos precatórios e faz alterações no teto de gastos.
Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, escreveu que a decisão de Weber “pode atrasar a votação em segundo turno” da PEC dos Precatórios. A proposta é encarada como prioritária pelo governo por permitir a abertura de espaço fiscal de mais de 80 bilhões de reais e o financiamento do Auxílio Brasil no valor mínimo de 400 reais por família.
Embora não seja vista com bons olhos pelos mercados financeiros, uma vez que é considerada prejudicial para a credibilidade fiscal do país, a PEC passou a ser vista como a melhor saída possível para a incerteza que têm dominado os mercados nas últimas semanas em meio à pressão do governo por mais gastos.
Às 10:05, o dólar avançava 1,21%, a 5,5894 reais na venda. Enquanto isso, na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,97%, a 5,614 reais.
O desempenho do dólar nesta segunda-feira vem também na esteira de forte desvalorização registrada na última sessão, quando o dólar spot fechou em queda de 1,53%, a 5,5225 reais na venda.
Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar tinha leve queda de 0,1%.
(Reuters)