(Reuters) – O dólar recuava ante o real nesta quarta-feira, após acumular alta de mais de 1 por cento nos dois pregões anteriores, com os investidores à espera do encontro de política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, e sinais sobre como os juros na maior economia do mundo serão gerenciados daqui para frente.
O dia no mercado local, porém, pode mostrar algum vaivém por conta da formação da taxa Ptax de final de mês.
Às 10:15, o dólar recuava 0,88 por cento, a 3,1518 reais na venda, depois de acumular elevação de 1,26 por cento nos dois últimos pregões. O dólar futuro cedia cerca de 1 por cento.
“A perspectiva é de manutenção dos juros (nos Estados Unidos), até mesmo pelo caráter transitório da autoridade monetária neste momento”, trouxe a gestora Infinity Asset em relatório.
O Fed divulgará seu comunicado às 17:00 (horário de Brasília), última reunião de Janet Yellen como chair. Ela será substituída por Jerome Powell, que compartilha a visão dela de que manter a taxa de juros em trajetória lenta de alta permitirá que o desemprego caia mais.
O banco centeal deve manter a taxa de juros nesta tarde e sinalizar aperto gradual da política monetária neste ano uma vez que a economia dos Estados Unidos continua expandindo e os ganhos de trabalho permanecem sólidos.
Os investidores vão focar na avaliação sobre a inflação, que permanece abaixo da meta de 2 por cento, nos riscos que o Fed vê ao seu cenário econômico e em qualquer avaliação sobre o impacto da reforma tributária da administração do presidente do país, Donald Trump, sobre o crescimento.
No exterior, o dólar recuava ante uma cesta de moedas e caminhava para a maior queda mensal em quase dois anos, depois que o primeiro discurso do Estado da União de Trump falhou em confortar os investidores que apostam na alta da divisa norte-americana.
O dólar também receuava ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Internamente, a formação da Ptax –taxa usada na liquidação de diversos contratos cambiais– de final de mês pode trazer alguma pressão.
Os investidores também seguiam atentos ao noticiário em torno das negociações do governo do presidente Michel Temer para garantir apoio para aprovar a reforma da Previdência, cuja votação na Câmara dos Deputados está marcada 19 de fevereiro.
O governo ainda não reúne os 308 votos necessários para aprovar o texto.
Para fevereiro, os investidores também vão ficar à espera da atuação do Banco Central, uma vez que em março vencem 6,154 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares.
“Acredito que o BC pode deixar vencer parte desse total, caso o dólar permaneça nesses níveis”, avaliou o tesoureiro de um grande banco estrangeiro.
O estoque total de swap cambial tradicional é de 23,796 bilhões de dólares.