O dólar oscilava próximo a uma mínima de sete meses nesta terça-feira, em meio à consolidação de apostas de que o banco central dos Estados Unidos começará a cortar os juros a partir do próximo mês, com os investidores ainda na espera de comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, na sexta-feira.
O foco desta semana será o discurso de Powell durante um encontro anual de autoridades de bancos centrais em Jackson Hole, mas a ata da última reunião de política monetária do Fed — a ser divulgada na quarta-feira — também estará no centro das atenções.
Alguns analistas dizem que as próximas semanas provavelmente serão decisivas para decidir se o Fed fará cortes de 50 a 75 pontos-base este ano ou de 150 pontos-base ou mais. O simpósio de Jackson Hole é a primeira oportunidade para que o banco central se oponha à possibilidade de um corte de 50 pontos-base em uma das três reuniões restantes do ano.
Embora a deterioração do mercado de trabalho tenha levado a expectativas de uma redução maior na taxa de juros em setembro, os dados desde então têm sido mistos, com vendas positivas no varejo sinalizando que a demanda do consumidor continua resiliente.
Ainda assim, a economia dos EUA continua “suscetível a uma recessão se houver um choque financeiro”, disse Thierry Wizman, estrategista global de câmbio e taxas do Macquarie.
“Mas esse choque financeiro pode não acontecer”, acrescentou. “Nesse caso, podemos ficar com um crescimento abaixo da tendência e parecer ‘em alta’, até que o Fed tenha afrouxado o suficiente.”
Os mercados estão precificando uma chance de 24,5% de um corte de 50 pontos-base em setembro, abaixo dos 50% de uma semana atrás, com uma redução de 25 pontos-base tendo chances de 75,5%, mostrava a ferramenta FedWatch. Operadores estão precificando um total de 93 pontos-base de cortes este ano.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,04%, a 101,830, um pouco acima de 101,760, seu menor valor desde 2 de janeiro.
O dólar tinha queda de 0,16% em relação ao iene, a 146,34.
O euro era negociado a 1,1076 dólar, em queda de 0,09% no dia, tendo tocado 1,1087 dólar na véspera, seu maior valor desde 28 de dezembro.
(Notícias Agrícolas)