O dólar opera em leve queda nesta terça-feira (22), após sessão de forte turbulência na véspera, com as incertezas domésticas e preocupações com a interferência do governo federal na gestão das estatais ainda pautando o mercado financeiro.
Às 9h22, a moeda norte-americana caía 0,08%, a R$ 5,4508. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, o dólar fechou em alta de 1,26%, a R$ 5,4554. Na parcial do mês, ainda tem queda de 0,28%. No ano, tem valorização de 5,17% ante o real.
Por aqui, os operadores monitoravam com cautela os riscos políticos e fiscais do Brasil.
No exterior, os preços do petróleo subiam perto de 1% nesta terça-feira, sustentados pela expectativa de alívio em restrições associadas à Covid-19 pelo mundo, perspectivas econômicas positivas e menor oferta nos Estados Unidos. Os investidores ficavam atentos à inflação e aos rendimentos norte-americanos, enquanto aguardavam um discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.
No caso específico da Petrobras, o mercado aguarda os resultados da reunião do Conselho de administração agendada para esta terça-feira (23).
Nos EUA, as ADRs da Petrobras (recibos das ações da petroleira negociados na Bolsa de Nova York) subiam ao redor 3%, indicando um dia de leve recuperação dos papéis da estatal após tombo de 21% na véspera.
As preocupações com interferências na política de preços da Petrobras e na gestão de estatais impactam o mercado de câmbio na medida em que intensificam as incertezas sobre a situação fiscal do país, o que afeta os juros futuros e também a confiança de investidores estrangeiros em relação ao Brasil.
Para o economista da Necton André Perfeito, a recuperação observada nesta terça nas ADRs é uma boa notícia, mas “há que se ter cautela durante a semana, afinal o presidente Bolsonaro disse que ainda irá fazer mais alterações ao longo dos próximos dias”.
Nesta segunda-feira, o juiz da 7ª Vara da Justiça Federal da 1ª Região, em Belo Horizonte, André Prado de Vasconcelos, determinou que o presidente Jair Bolsonaro, a União e a Petrobras expliquem, no prazo de 72 horas, a indicação do general Joaquim Silva e Luna para presidente da estatal.
Na véspera, pesquisa Focus do Banco Central divulgada na segunda-feira mostrou que os analistas do mercado elevaram a estimativa de inflação em 2021 para 3,82%, acima da meta central, que é de 3,75%. A expectativa para a taxa Selic no fim de 2020 subiu de 3,75% para 4% ao ano. Já a projeção para a alta do PIB (Produto Interno Bruto) de 2021 foi reduzida de 3,43% para 3,29%. (G1)