(Reuters) – O dólar subiu forte nesta segunda-feira, em meio ao pessimismo global decorrente do recrudescimento da disputa tarifária entre China e EUA.
O dólar à vista fechou em alta de 0,88%, a 3,9792 reais na venda, maior patamar de fechamento desde 24 de abril (3,9863 reais).
Na máxima durante os negócios, a cotação bateu 4,0054 reais.
Na B3, a referência do dólar futuro tinha alta de 0,75%, a 3,9875 reais.
O mercado reagiu mal a sinais de piora nas relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo, que frustraram expectativas de analistas que até dias atrás enxergavam maiores chances de acordo que pusesse fim à disputa tarifária que se arrasta desde o ano passado.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que não tomou uma decisão sobre seguir adiante com tarifas sobre adicionais 325 bilhões de dólares em bens chineses. Mais cedo, Pequim disse que iria impor tarifas mais altas a uma série de produtos norte-americanos, revidando em sua guerra comercial com Washington pouco depois de Trump ter advertido a China a não retaliar.
Dan Kawa, estrategista e sócio na TAG Investimentos, disse que a depreciação do iuan chinês, pressionou divisas de outros emergentes. A moeda chinesa bateu uma mínima de 6,9181 por dólar, menor patamar desde dezembro do ano passado, sob o peso do aumento das tensões comerciais.
“Continuo esperando um curto-prazo mais desafiador e recomendando um portfólio internacional mais defensivo. Acredito que a situação (da economia ou dos mercados financeiros) deve piorar antes de que, eventualmente, um acordo entre EUA e China possa avançar”, afirmou Kawa em nota.
O real sofre pressão adicional dos ruídos ligados ao andamento da reforma da Previdência.
O Morgan Stanley elevou as projeções para o dólar para os próximos trimestres e agora vê a moeda norte-americana em 4,10 reais ao fim de junho. Para os profissionais, investidores estão menos tolerantes a surpresas negativas.