O dólar fechou em queda nesta segunda-feira, no menor patamar em cerca de duas semanas, influenciado pelo ambiente de otimismo no mercado brasileiro diante das discussões sobre a reforma da Previdência, em meio à maior expectativa de ingressos de recursos ao país.

O dólar à vista terminou em baixa 0,76 por cento, a 3,7916 reais na venda.

É o patamar mais baixo desde o último dia 5 (3,7803 reais).

Na B3, a referência para o dólar futuro cedia 0,55 por cento, a 3,7945 reais.

O real teve um desempenho superior a seus pares emergentes. A boa performance ocorreu no dia em que o Ibovespa superou os 100 mil pontos pela primeira vez, enquanto as taxas de juros de prazos mais longos, sensíveis à percepção de risco estrutural, cederam.

“Existe uma combinação entre otimismo com o rumo da reforma (da Previdência) e o bom sinal emitido pelos leilões (dos aeroportos, ocorridos na semana passada). O mercado está vendo que há apetite por Brasil”, diz Rogério Braga, sócio-gestor da Quantitas.

Nesta segunda-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo ainda está correndo para tentar finalizar o projeto com as mudanças nas aposentadorias dos militares para que seja ele enviado até quarta-feira, mas que ajustes ainda estão sendo feitos.

As regras para os militares estão entre os pontos a serem acertados para que o andamento da reforma seja acelerado.

O cenário para o câmbio, portanto, segue bastante atrelado aos desdobramentos sobre a Previdência. Apesar da recente recuperação do real, alguns analistas ainda se mostram mais conservadores.

Estrategistas do Morgan Stanley, por exemplo, dizem que o real “oferece valor” apenas mais próximo de 3,95 por dólar, embora ainda reiterem visão “construtiva” no médio prazo para a moeda brasileira, conforme relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.

O Nomura recentemente piorou sua expectativa para o real e passou a prever taxa de 3,95 reais por dólar ao fim deste ano. O banco citou a sensibilidade do câmbio brasileiro à desaceleração do crescimento global.

“Apesar da nossa visão mais negativa para o real, continuamos otimistas em relação aos ativos brasileiros no curto prazo, dada a provável aprovação da reforma previdenciária”, disseram Mario Castro e David Wagner em nota.

 

Fonte: Reuters