Num dia de correção global e de tensões domésticas, o dólar subiu e aproximou-se de R$ 5. A moeda, no entanto, fechou junho com a maior queda para um trimestre em 12 anos. A bolsa de valores caiu pelo segundo dia seguido e fechou o mês praticamente estável, distanciando-se do recorde alcançado no início de junho.
O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (30) vendido a R$ 4,973, com alta de R$ 0,031 (+0,63%). Numa sessão tensa, a cotação chegou a R$ 5,02 na máxima do dia, por volta das 12h45, mas desacelerou durante a tarde.
Apesar da segunda alta consecutiva, a divisa encerrou junho com queda de 4,82%, o maior recuo mensal desde novembro do ano passado, quando tinha caído 6,82%. No trimestre, a moeda norte-americana caiu 11,62%, a maior queda para o período desde o segundo trimestre de 2009.
Em meados de março, em meio às indefinições sobre a prorrogação do auxílio emergencial e o Orçamento de 2021, a cotação bateu o recorde do ano, chegando a R$ 5,797. No primeiro semestre, o dólar acumula queda de 4,15%.
No mercado de ações, o dia foi marcado pelas perdas. O índice Ibovespa, da B3, fechou a quarta-feira aos 126.802 pontos, com recuo de 0,41%. O indicador, que chegou a bater o recorde histórico de 130.776 pontos no último dia 7, recuou nas últimas semanas e fechou o mês com alta de apenas 0,46%. Mesmo assim, o índice acumula ganho de 6,54% no primeiro semestre.
Fatores internos e externos contribuíram para a tensão no mercado financeiro hoje. Nos Estados Unidos, foi divulgada uma projeção do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) que estimou a primeira alta de juros da maior economia do planeta para o início de 2023. Taxas mais altas em economias avançadas pressionam o mercado financeiro em países emergentes, como o Brasil.
No mercado interno, as repercussões da proposta de reforma tributária, as tensões políticas e a compra de dólares por empresas estrangeiras que estão enviando lucros para fora do país contribuíram para a volatilidade.