O mercado financeiro teve mais um dia de otimismo na véspera das reuniões que decidirão os juros no Brasil e nos Estados Unidos. O dólar caiu pela segunda vez consecutiva e está no menor valor em oito dias. A bolsa subiu na reta final do dia e voltou a superar os 112 mil pontos.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (20) vendido a R$ 5,153, com queda de 0,25%. A cotação subiu durante a manhã, seguindo o mercado internacional, mas perdeu força no início da tarde com a entrada de capitais externos atraídos pelos juros altos no Brasil.

A cotação está no menor nível desde o último dia 12, quando a moeda norte-americana tinha fechado em 5,09. Com o desempenho de hoje, o dólar acumula queda de 0,94% em setembro. Em 2022, o recuo chega a 7,59%.

No mercado de ações, o dia também foi marcado pelo alívio. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 112.517 pontos, com alta de 0,62%. Após operar quase todo o dia próximo da estabilidade, o indicador subiu perto do fim das negociações, impulsionado por ações de bancos.

A bolsa brasileira resistiu à queda das bolsas norte-americanas, que tiveram mais um dia complicado por causa das expectativas em torno da reunião do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Amanhã (21), o Fed deverá anunciar uma nova elevação de 0,75 ponto percentual nos juros básicos dos Estados Unidos para segurar a inflação, que continua avançando apesar dos reajustes recentes. Parte dos investidores aposta em alta de 1 ponto.

Também na quarta-feira, o Comitê de Politica Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decideá a taxa Selic (juros básicos da economia). Segundo a última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgadas pelo BC, a Selic deverá permanecer em 13,75% ao ano. No entanto, na ata da última reunião do Copom, o BC admitiu a possibilidade de elevação para 14% ao ano.

Juros mais altos em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil. No entanto, os juros brasileiros altos seguram a cotação do dólar, à medida que tornam o real atrativo aos investidores estrangeiros.

(Agência Brasil)