O dólar caía frente ao real nesta quarta-feira, com investidores atentos ao noticiário em torno da PEC dos Precatórios enquanto aguardavam a divulgação de uma enxurrada de dados dos Estados Unidos, de olho ainda na disparada dos preços do minério de ferro.
Às 9:53, o dólar à vista recuava 0,33%, a 5,5902 reais na venda, depois de chegar a tocar 5,5550 reais na mínima do dia (-0,95%), enquanto o dólar futuro subia 0,33%, a 5,5945 reais.
Essa desvalorização vem depois de, na véspera, a moeda norte-americana negociada no mercado interbancário fechar a sessão bem longe das máximas do dia, em alta de 0,26%, a 5,6085 reais na venda, no que Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, chamou de dia “mais positivo que a média das últimas sessões” para os mercados domésticos.
Em nota desta quarta-feira, Vieira chamou a atenção para a forte alta de commodities importantes — como o minério de ferro, importante produto da pauta de exportação nacional –, que teria sido suficiente para “afastar os temores da questão fiscal” brasileira.
Os futuros do minério de ferro de referência da China ampliaram os ganhos nesta quarta-feira após atingirem o limite diário de alta de 10% na terça, subindo 5,8%.
Na frente fiscal, o relator da PEC dos Precatórios e líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), anunciou que vai promover seis mudanças no texto, incluindo a definição do Auxílio Brasil como um programa social de caráter permanente no valor de 400 reais.
A notícia não agradou todos os investidores, que há meses têm mostrado preocupação com a pressão do governo por mais gastos, mas a previsão de auxílio permanente à população no texto da PEC “facilitaria a aprovação da emenda no Senado”, avaliou a Genial Investimentos em nota a clientes, o que aliviaria alguns temores em relação à trajetória das contas públicas.
A plataforma de investimentos não descartou, no entanto, “elevado grau de incerteza que domina o cenário fiscal”, que “deverá permanecer pelo menos até que a PEC seja aprovada pelo Senado”.
Enquanto isso, no exterior, investidores se preparavam para uma série de indicadores econômicos dos Estados Unidos, incluindo a divulgação da leitura preferida de inflação do Federal Reserve, o índice de preços PCE.
Há entre participantes do mercado a percepção de que qualquer surpresa para cima nesse indicador deve impulsionar o dólar globalmente, uma vez que elevaria a pressão para que o Federal Reserve aumente os juros nos EUA mais cedo do que o esperado.
(Reuters)