O dólar abriu em em alta nesta segunda-feira (22), negociado acima de R$ 5,50, refletindo o comportamento da moeda norte-americana contra outras divisas de países emergentes, em especial a lira turca, que sofreu um forte tombo após o presidente Tayyip Erdogan demitir o presidente do banco central da Turquia.
Às 9h09, a moeda norte-americana subia 0,48%, cotada a R$ 5,5084. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 1,54%, a R$ 5,4823, acumulando baixa de 1,39% na semana e de 2,18% no mês. No ano, ainda tem alta de 5,69%.
O Banco Central brasileiro anunciou para esta segunda-feira leilão de swap tradicional (operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro) para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em dezembro de 2021 e abril de 2022, destaca a Reuters.
Os mercados globais iniciaram a semana pressionados por uma forte desvalorização na moeda da Turquia e preocupações com mais restrições devido ao aumento dos casos de coronavírus em diversos países.
A lira turca chegou a despencar 15% frente ao dólar, atingindo uma mínima quase recorde, depois que o presidente turco, Tayyip Erdogan, substituiu o presidente de banco central por um crítico das altas taxas de juros durante o fim de semana, provocando temores de uma reversão das recentes altas dos juros.
Erdogan demitiu Naci Agbal Agbal dois dias depois de uma alta de dois pontos percentuais na taxa de juros para conter a inflação de quase 16% e sustentar a lira, que subiu 3% em resposta. Em menos de cinco meses no cargo, Agbal elevou a taxa de juros em quase 9 pontos, para 19%, e retomou alguma credibilidade.
Por aqui, o mercado financeiro elevou a estimativa de inflação para o ano de 4,60% para 4,71%, segundo pesquisa Focus do Banco Central. Os analistas das instituições financeiras também elevaram para 5% ao ano previsão para Selic no fim de 2021, e passaram a estimar um crescimento menor do PIB, de 3,22%.
No radar também, persistem também as preocupações com o ritmo de recuperação da economia em razão do agravamento da pandemia no Brasil. No fim de semana, centenas de economistas, entre eles ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central, como Armínio Fraga, Pedro Malan, Ilan Goldfajn e Afonso Celso Pastore, assinaram uma carta de alerta cobrando vacinação e distanciamento social como medidas de combate à Covid-19.
O documento “O País exige respeito; a vida necessita da ciência e do bom governo – carta aberta à sociedade referente a medidas de combate à pandemia” lembra que o Brasil é, hoje, o epicentro mundial da Covid-19 e reforça a necessidade de que as políticas públicas se baseiem em evidências cientificas. (G1)