Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC -, o Brasil embarcou 58,2 mil toneladas de carne bovina in natura até a terceira semana de setembro, o equivalente a 5,8 mil toneladas por dia, ritmos de saída que projeta, portanto, um acumulado de pelo menos 106,4 mil toneladas até o final do mês.

Com relação às exportações totais, espera-se aumento de 10% em relação ao acumulado de 2016, o que levaria os embarques brasileiros a 1,5 milhões de toneladas em 2017, volume surpreendente considerando que houve forte impacto em abril devido à deflagração da Operação Carne Fraca. Considerando a sazonalidade de saída da carne bovina, o gráfico 1 demonstra as projeções de embarques para os próximos meses, com as previsões ilustradas pelo tom mais claro nas exportações de 2017.

Apesar da pressão baixista registrada para os preços na última semana, devido especialmente às últimas notícias envolvendo a JBS, o crescimento das exportações tem dado bom suporte ao mercado, já que os volumes embarcados estão em proporções crescentes desde abril e que o faturamento tem se recuperado em boa medida, o que mostra a força da demanda internacional no momento.

Os gráficos 2 e 3 ilustram a oscilação do indicador Boi Gordo ESALQ/BM&FBovespa, elaborado pelo CEPEA, juntamente com o movimento das exportações totais de carne bovina durante 2016 e 2017.

Portanto, apesar da pressão negativa nos últimos dias, a demanda internacional aquecida oferece importante sustentação às cotações domésticas no curto prazo, com potencial de promover movimento de alta para nos próximos meses, até novembro, quando o volume de embarques começa a cair por sazonalidade natural.