Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto.
Em matéria divulgada hoje pela agência de notícias Reuters, após a divulgação de expectativa de produção de milho em queda na China, os preços domésticos subiram e a busca pela commodity no mercado internacional disparou, com as importações em julho alcançando 910 mil toneladas (mais de 31 vezes superior ao mesmo período do ano passado, quando importou-se 29 mil toneladas), enquanto a importação de milho para junho foi de 383 mil toneladas.
A demanda de soja pelo país asiático também continua aquecida, com recordes de importações sendo quebrados praticamente a cada novo mês. Maio, que registrou o segundo maior volume de importação do ano, contou com 9,59 milhões de toneladas; junho com 7,68 milhões de toneladas; e para o mês de julho, o novo recorde em 10,08 milhões de toneladas. Por fim, o acumulado entre janeiro a julho compreende 54,89 milhões de toneladas, 16,8% superior ao ano passado.
Os números de exportação elaborados pela Secretária de Comércio Exterior (SECEX), confirmam a forte e crescente demanda de grãos pela China como revelado pela Reuters. Os dados de exportação até a terceira semana de agosto já retratam a força da safra recorde brasileira.
Para a cultura da soja, o acumulado de exportação até agosto de 2017 já se mostra superior a todo o volume embarcado em 2016 e se equipara aos patamares recordes encontrados durante 2015. O gráfico 1 compara os volumes anuais de exportação e ilustra o excelente volume exportado brasileiro, em patamar similar aos anos anteriores.
Aproximadamente 10 milhões de toneladas ainda devem ser embarcadas para que se concretize a expectativa de exportação brasileira de 64 milhões de toneladas e, analisando-se os volumes médios embarcados durante o período de 2013 a 2016, observa-se que 2017 exibe quantidades superiores em todos os meses (gráfico 2). Mesmo com a sazonalidade de exportação, quando há um declínio de vendas durante o segundo semestre, os números surpreendentes de saída de soja confirmam a previsão para o ano de 2017 a cada novo mês.
Para as exportações do milho, o segundo semestre reflete os maiores volumes embarcados pela colheita da segunda-safra. Sem demora, o mês de agosto já conta com o maior volume mensal do ano, até a terceira semana foram 3,3 milhões de toneladas e com expectativas de saídas em proporções cada vez maiores até o final do ano. Os gráficos 3 e 4 ilustram a sazonalidade de exportação para a soja e para o milho respectivamente.
Os dados reforçam as expectativas do IMEA de que o aumento das exportações e consequente redução do cereal no mercado interno, devem oferecer suporte aos preços domésticos durante os próximos meses. Além disso, confirmam a demanda por grãos pelos países asiáticos, especialmente a China, promovendo sustentação as cotações apesar de um ano de oferta recorde pelos principais produtores internacionais.