O ritmo de produção de carne suína brasileira neste ano está similar àquele observado há um ano, e até superior em algumas regiões, impulsionado pela forte demanda chinesa, informou o Rabobank em relatório na segunda-feira (27).
Frigoríficos exportadores de carne suína continuam lucrativos dada a crescente demanda asiática e a desvalorização do real brasileiro, tornando o produto mais competitivo. Já os processadores de carne suína que vendem apenas para o mercado doméstico enfrentam dificuldades por conta da redução do consumo pelo segmento de restaurantes, como resultado das medidas de isolamento social para conter o coronavírus.
No estado de São Paulo, o principal afetado pela pandemia até agora, o Rabobank estima que o consumo em bares e restaurantes caiu 44% entre o fim de março e a segunda semana de abril. Já as vendas do segmento de varejo aumentaram 19%.
Apesar do cenário negativo no mercado doméstico, o Rabobank espera que a demanda asiática e o real desvalorizado continuem a gerar oportunidades para os frigoríficos exportadores brasileiros.
“Uma planta adicional de carne suína aguarda aprovação do governo chinês, o que deve ser anunciado até o fim deste ano”, acrescentaram os analistas do Rabobank no relatório.
Para os produtores de suínos, a principal preocupação é o aumento no custo de nutrição animal puxado pela alta do milho. Segundo levantamento do Rabobank, o custo de milho subiu 35% em março, quando os custos gerais com nutrição aumentaram 21%. (CarneTec)