Poucos são os estados que conseguem suprir sua demanda interna. Em outras palavras, pode-se dizer que algumas regiões possuem maior aptidão para a produção de carne bovina. Observe o saldo de carne bovina em cada estado. Veja o gráfico 1

Alguns estados apresentam uma produção capaz de suprir a demanda local e até mesmo fornecer carne a outras regiões, enquanto outros, mesmo possuindo grande produção, são deficitários. Em 2016, a produção de carne bovina ficou concentrada nos 7 estados superavitários. Juntos, eles correspondem a 58,93 % da produção de carne bovina.

Uma das consequências da concentração de consumo é o comportamento do diferencial de base. Como São Paulo é o estado que apresenta o déficit mais agudo, quando seu consumo cai, há grande efeito sobre a diferença de preços médios praticados em SP e aqueles registrados em outras unidades da federação.

O gráfico ajuda a ilustrar momentos em que o diferencial abriu (2009 e 2016, por exemplo) e que coincidiram com graves problemas macroeconômicos que atingiram em cheio o poder de compra do brasileiro.

E como o maior centro consumidor é São Paulo, o estado demanda menos carne vinda de fora, resultando em uma forte abertura do diferencial de base.

É importante lembrar que o indicador também varia conforme a oferta de animais terminados e o custo do frete, sendo essas três as variáveis que formam a base entre os preços dos diferentes estados.

Em se tratando de aptidão produtiva, podemos citar o peso ao abate como importante indicador. A pecuária brasileira apresenta uma distribuição relativamente uniforme entre os principais estados produtores, à exceção de regiões que registram pesos bem abaixo da média ponderada, que hoje está em 16,3 arrobas.  O grande destaque fica por conta de São Paulo e Mato Grosso, líderes em abate de animais pesados. A valorização da terra e as pressões de custos levaram à aplicação mais intensa do pacote tecnológico. Observe o gráfico 3.