Os custos da diária-boi (CDB) aumentaram em setembro para todas as propriedades representativas pesquisadas no Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC). Os valores foram de R$ 10,23 (+ 2,3% ante agosto), R$ 10,17 (+ 2,83%) e R$ 8,50 (+ 0,12%) para os confinamentos de São Paulo médio (CSPm – 3.000 animais/ano), grande (CSPg – 27.000 animais/ano) e de Goiás (CGO – 16.500 animais/ano), nesta ordem.

O aumento de preços dos principais insumos alimentares para o Estado de São Paulo, como milho grão (+ 9,92%), o sorgo grão (+ 23,72%) e o farelo de algodão (+ 3,57%) contribuiu para as altas nos custos, segundo boletim do ICBC. Apesar do preço da polpa cítrica peletizada ter reduzido 8,62%, os custos da alimentação para as propriedades representativas de São Paulo aumentaram. O monitoramento de preços dos itens alimentares em Goiás revelou que, de forma geral, os preços permaneceram estáveis.

Os valores do boi magro (de doze arrobas, aproximadamente) também têm aumentado. Em São Paulo, os preços médios do quilo do boi magro em setembro foram de R$ 5,34, enquanto que em Goiás foi de R$5,22 para o mesmo período. Em Goiás, esse valor foi o maior já registrado desde o início deste projeto, em maio de 2017. O aumento de 1% nos custos de aquisição de animais para reposição pode impactar em até 0,7% no custo total do confinamento, segundo análise de elasticidade feita.

Por outro lado, as taxas de juros de mercado Selic e Taxa de Juros de Longo Prazo (TLP) apresentaram redução nos últimos dois meses e neste monitoramento foram de 6,73% ao ano (a.a.) e 6,76% a.a., respectivamente. Os valores reduzidos dessas taxas contribuíram para custos operacionais mais amenos.

“O monitoramento dos custos de produção é tão importante quanto à dos preços recebidos por arroba, somente diante de tal controle gerencial que o confinador pode conhecer as margens de lucro de sua atividade produtiva”, reforça a nota. O confinador para garantir lucro econômico deveria obter remuneração superior ao Custo Total (CT) em setembro, que foi de R$ 154,74/@ (confinamento médio – SP), R$ 154,57/@ (grande – SP) e R$ 142,77/@ (Goiás). Confira o boletim completo neste link.

Entenda o Indicador

Para desenvolver o Índice, o pesquisador Gustavo Sartorello entrevistou 10 confinadores de São Paulo e nove de Goiás para, então, criar três propriedades confinadoras representativas: duas em SP (média e grande capacidade) e uma em GO. “Criei essas fazendas com características reais. Por exemplo, quais maquinários são usados, a potência, número de funcionários, mas não é uma média das propriedades”. Todos os meses, o Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal faz o levantamento de preços de insumos para atualizar os dados do indicador, que tem periodicidade mensal. “Minhas bases são Pirassununga, SP, e Acreúna, GO. Meus fornecedores são voltados para essas regiões. Tudo que está incluído na atividade, como palanque para cerca, arame liso, polpa cítrica, cordoalha, cocho, para tudo nós pesquisamos valores em pelo menos três empresas”, explica.

Fonte: LAE/FMVZ.