O Brasil fechou 2019 com 473,9,5  mil toneladas de couro bovino exportado, por US$ 1,1 bilhão. Em volume, houve um crescimento de 5,6%. Mas, no caso da receita geral a renda caiu 20%. O País vende couro em bruto, crust, curtido, wet blue e preparado, para países como China, Estados Unidos, Itália, Hungria, Índia, Indonésia, Vietnã, entre outros.

A demanda por produtos rastreados é uma exigência da maior parte desses mercados e também começa a ser importante para o consumidor interno.

Não por acaso, reunidos no município de Campo Bom (RS), em novembro do ano passado, empresas dos setores de couros e calçados lançaram o desafio de tornar a cadeia 100% certificada, tendo à frente entidades como a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), com o apoio do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

No início desta semana, a JBS Couros, empresa que pertence à J&F, controlada pela família Batista, entrou no mesmo caminho. A empresa lançou a primeira plataforma brasileira de monitoramento da produção de couro.

O couro vem de cerca de 90 mil fornecedores de gado no Brasil. Em entrevista à DBO, a  JBS Couros, que é uma das filiadas à CICB, afirma que a “a sustentabilidade é uma tendência global, puxada em todos os segmentos, principalmente – mas não exclusivamente – por consumidores europeus e norte-americanos, reflexo de um consumidor mais atento e responsável.” E que esses consumidores  vêm buscando produtos que tenham compromisso com o bem-estar animal e com a preservação do meio ambiente”.

A empresa afirma que a aproximação com os produtores de gado, nesse sentido, se dá de forma mais ampla e não apenas focada na matéria prima.

Questionada sobre a possibilidade de uma bonificação específica para a qualidade do couro, a empresa afirma que “a JBS, por meio da Friboi, mantém diversos programas de incentivo aos pecuaristas em relação à qualidade do produto entregue em geral”. Em geral, a empresa bonifica em seus programas de carne de qualidade.

Para Guilherme Motta, presidente da JBS Couros, a iniciativa JBS 360º mostra que a empresa, ainda a única do setor a controlar toda a cadeia, tem valorizado a transparência.

“Na comunicação e nas negociações com nossos fornecedores e clientes, garantimos que o couro siga os principais critérios socioambientais exigidos pelo mercado”, afirma Motta.

A JBS Couros é a maior indústria de processamento de couros do mundo. Possui 21 unidades produtivas, 3 unidades de corte, 5 centros de distribuição, 3 showrooms e 4 escritórios comerciais internacionais. O negócio couros faz parte da divisão JBS Brasil, que em 2018 rendeu R$ 27,6 bilhões, um aumento de 17,1% ante o ano anterior. Os dados de 2019 ainda não estão fechados.